Finalmente criei um blog, mas infelizmente os textos que coloco não são da minha autoria, um dia, quem sabe, me atrevo a escrever alguma coisa.
Estou tentando, ao máximo, ser fiel aos escritores, mas nem sempre consigo, então na incerteza da autoria, estou colocando AD (Autor Desconhecido). Com relação às fotos, estou buscando no Google e não cito as fontes por não saber a quem pertence.
Caso você encontre aqui algum erro de autoria, alguma foto que não posso usar sem citar a fonte, favor comunicar.

Meus beijos e sejam bem vindos!
Virgínia Costa

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vírgula


Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve..
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...
* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM..

Alzheimer


A cada 1 minuto de tristeza perdemos a oportunidade de sermos felizes por 60 segundos.

Sobre o Alzheimer (Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor)

Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia 'o Infalível'. Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranqüilo diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos; prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de que....', frase que me dá arrepios.

E o que fazer.... para evitarmos essas drogas?

Como?

Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida 'bandida'.

Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer.
Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso.

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro.
Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha?
Hum... Preocupante).

Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade.
Parodiando Maiakovski, que disse 'melhor morrer de vodca do que de tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:

- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.

A proposta é mudar o comportamento rotineiro!
Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu cérebro. Vale a pena tentar!

(Recebi por e-mail, desconheço a autoria)

Tolice é viver a vida sem aventura


Você provavelmente já ouviu de alguém a frase: “Ah, enquanto eu não encontro o cara certo, me divirto com os errados”. E provavelmente ainda você deu risada e concordou. “Ah, é isso mesmo... Vamos nos divertindo com os errados!”. Mas, sendo franca, você muito mais provavelmente sentiu um vaziozinho te apertar depois da “diversão” com o errado.

Ok friend, normal. Acontece com tooodo mundo. Eu acredito que isso tem a ver com um vermezinho maligno que nos corrói a alma: a ansiedade. Eis que você está bem, linda, sorridente, crente que irá se divertir bastante com alguns cafos por aí. E ele aparece, tal como todo cafo, encantador. Te chama pra sair, e você ou aceita de cara, ou faz um charminho... doida de vontade de aceitar.

Você chega em casa, liga pra as amigas e diz que vai sair com o bonitão. Quando desliga o telefone, lembra dos lindos olhos azuis do garoto e já imagina três bacuris com os mesmos olhos te chamando de mãe. Vai tomar banho ao som da marcha nupcial (embora no rádio esteja tocando “I gotta a feeling”, rs) , separa a lingerie, seca cabelo, faz aquela maquiagem, bota o vestido que comprou “naquela” liquidação e jurou que só usaria em ocasiões especiais, saca o 212 Sexy e uau, você está de arrasar (que maratona ser mulher né, rs).

Ele chega, lindo, cheiroso, agradável, divertido, inteligente e, os mais cafos, sempre tem a história de uma sobrinha/prima/filha de um amigo de seis anos (porque sempre seis?) que ele adora levar pra passear. Você se lembra dos bacuris. E eu nem vou entrar no mérito se depois desse golpe baixo você deu ou não pro cara, vamos logo ao que interessa.

O dia seguinte é aquele em que “tudo pode acontecer”. Ele pode ligar, pode não ligar, pode ser que role um segundo encontro, pode ser que não. E é aí bonitona, que o vermezinho maligno entra na história. Para pra pensar, quantas vezes por pura ansiedade você já agiu da forma mais maluca que podia? Eu, por exemplo, já fui visitar uma garota que eu odiava, só porque era perto do trabalho dele, pra mandar uma mensagenzinha: “Ahhh, olha que coincidência... to no Sumaré”. (só pra constar, estou me sentindo ridícula neste momento por ter escrito isso). O fato é que eu fiz, e porque eu fiz? Porque eu estava ansiosa.

A ansiedade gera uma coisinha na gente chamada medo. O medo de não ser correspondida, o medo de não ter sido tão bom pra ele quanto foi pra você, o medo de se sentir rejeitada. Esses dois componentes, ansiedade e medo, desencadeiam na gente uma série de ações que um dia, olharemos pra trás e nos sentiremos ridículas de tê-las tomado.

O grande ponto, bonitona, está em como remediar isso. A ansiedade pode ser uma coisa boa, desde que não passe das borboletas na barriga. Ela não pode determinar suas atitudes. Minha mãe me disse uma vez: “Filha, o sinal mais evidente do amadurecimento é o auto-controle”. Yeah baby, mega difícil, eu sei. Luto com isso todo os dias, mas todos os dias lembro da frase da minha mãe.

Sempre digo que você não pode impedir que um pássaro voe sobre a sua cabeça, mas pode impedir que ele faça um ninho. Ou seja, você não pode impedir que o pensamento sobre o futuro longo e feliz que você poderia ter com o cara passe pela sua cabeça. Mas você pode não alimentar esse tipo de pensamento.

A estratégia, pelo menos a que eu tenho usado e tem funcionado no momento, é tentar enxergar as coisas exatamente do jeito que elas são. Um jantar é só um jantar, uma oportunidade de conhecer o outro, de se mostrar e até, porque não, de levantar o ego um pouquinho.

Um cafo é um cafo. E se você sabe, e tem certeza absoluta, que ele é um cafo... enxergue-o como tal. Você certamente pode se divertir com um. Mas cuide do seu coração, pra não se machucar. Limite-se a imaginar aquele momento, aquela situação. Criar expectativas, além de poder te frustrar, limitam as surpresas. Deixe-se surpreender, lindona.

Lulu Santos já dizia: “Tolice é viver a vida assim, sem aventura”. Carinha sabido, viu. Se aventurar é bom demais, é gostoso. Desde que você encare a aventura como uma aventura mesmo, e a viva da maneira mais intensa que conseguir, o quanto ela durar. Sem fazer dela, o seu projeto de futuro. Sacou?

Até porque, minha linda, o seu futuro está muito garantido com o seu cara de marido que logo, logo vai te encontrar. Quer apostar?

Vamo que vamo, que dá bonitas?!?! Olhos atentos e coração aberto, eu estou procurando e aprendendo. E você?

(Vanessa Almeida)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Canalha e Safada


“ É um defeito, mas nada mais delicioso do que ouvir de uma mulher: “CANALHA!” . Ser chamado de “canalha” por uma voz feminina é o domingo da língua portuguesa. O som reboa redondo. Os lábios da palavra são carnudos. Vontade de morder com os ouvidos. Aproximar-se da porta e apanhar a respiração do quarto pela fechadura.

Canalha, definitivo como um estampido, como um tapa. Não ser chamado de canalha pela maldade, mas por mérito da malícia, como virtude da insinuação, pelo atrevimento sugestivo. Não o canalha canalha, mas o ca-na-lha, sem repetição. Único. Irrepetível. Não o canalha que deixa a mulher, o canalha que permanece junto. O canalha adorável que ultrapassou o sinal vermelho para levá-la. O canalha que é rude, nunca por falta de educação, para acentuar a violência do amor. Canalha por opção, não devido a uma infelicidade e limitação intelectual. Canalha em nome da inteligência do corpo.

O canalha. Como um elogio. Um elogio para dizer que é impossível domesticar esse homem, é impossível conter, é impossível fugir dele. Canalha como pós-graduação do “sem-vergonha”.

…….. Estou falando do canalha que suscita aproximação, abraço, desejo. Um canalha que é um pedido de casamento entre as vogais.
……. Canalha funciona como uma agressão íntima. Uma agressão afetuosa. Uma provocação. Não se está concluindo, é uma pergunta. Canalha é uma interrogação gostosa. “

Põe tarja rosa no lugar da preta. Canalha tem um equivalente.

Desembarcamos no ponto alto: se o canalha fosse mulher, seria SA-FA-DA. É o café cortado que faz par ao expresso. A pronúncia é igual. Aberta, com as vogais batendo três vezes nos dentes. Safada é o vodu da dicção. Alfineta a boca. Estala, como aldrava numa porta.

Quando o homem fala SAFADA, tem dificuldade para terminar. É derrotado pelo prazer. Prolonga ao máximo, como um guizo de uma cascavel. Depois de verbalizar, sente imediatamente uma saudade sonora.
Safada é expressão para morder, por mais que se queira lambê-la. Pode ser disparada no cantinho de trabalho ou numa roda de samba. É um elogio da malícia feminina, reconhecimento ao incontrolável temperamento. Com “sua” na frente é AVC. Não há como negociar prazos.

Repare: Sua Safada. O pulmão pede passagem. Mais consagração do que ofensa. Picardia na medida certa. Melodia que insinua e não limita o delírio.

Um sujeito somente diz quando reconhece que está sendo derrubado e nunca gostou tanto de ser masoquista. “Safada” é gritado como canalha. Ainda que num sussurro, ultrapassa o limite de 60 decibéis e deflagra a poluição sonora.

É um “não esperava” esperando. O cara restará idiota, com o rosto perplexo de quem pensa “nos conhecemos de algum lugar?” e não estraga o momento com essa pergunta. Traz uma autoridade milenar, um conhecimento secreto que não merecer ser revelado, muito menos questionado.

Safada é libertinagem ingênua, devassidão castiça. Safada é o que o homem encontrou para não entregar que está apaixonado.

(Fabricio Carpinejar)

Nas minhas mãos


Tenho, nas minhas mãos, dois caminhos duas decisões,
mesmo quando tudo parece desabar
cabe a mim decidir, entre rir ou chorar,
entre ir ou ficar, entre desistir ou lutar

Se o mar está revolto, posso ficar na praia
ou sair para pescar
e, talvez, nunca mais voltar

Tenho, nas minhas mãos, o bem e o mal
e entre eles poucos pensamentos
Um diz para fazer sem culpa,
o outro pensa, reflete e pede para esperar

Enquanto o mundo se perde em erros,
Posso me manter sereno, sem medo
Porque tenho a chave da minha vida nas minhas mãos

Então, hoje, me sinto mais forte,
pois atravessei os desertos da alma
Amei quem não me amou
e deixei de lado quem muito me amava

Atravessei caminhos nem sempre floridos,
que deixaram marcas profundas em mim
Mas amei e fui amado

Por isso, tenho nas minhas mãos bem mais que a vida
Tenho a dúvida e a certeza,
a esperança e o medo,
o desejo e a apatia,
o trabalho e a preguiça
e me dou o direito de errar sem me cobrar
e acertar sem me gabar

Porque descobri no caminho incerto da vida,
que o mais importante é o decidir
E decidi, de uma vez por todas, ser simplesmente feliz
E esse caminho não tem volta

(Paulo Roberto Gaefke)

Benditas


Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas
A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre o amor não mente, não
mente jamais
E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma.

(Martinália / Zélia Duncan)

Eu não existo sem você


Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você

(Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes)

Os Famosos também Amam


Ainda não tive tempo de ler o livro, mas o assunto já entrou no meu dia-a-dia através de conversas e solicitações de opinião para programas de tevê. Divas abandonadas, da jornalista Teté Ribeiro, traz o perfil de sete ícones do século XX: Marylin Monroe, Jackie Kennedy, Maria Callas, Tina Turner, Ingrid Bergman, Sylvia Plath e Princesa Diana, mulheres que, em comum, tinham projeção, charme e amores tumultuados. A pergunta que tem sido feita é: por que mulheres bem sucedidas em suas atividades públicas costumam amargar o insucesso em suas vidas privadas?

Bom, há muita coisa para se debater a respeito. Pra começar, o que é insucesso no amor? Tina Turner levava uns tabefes do seu marido e parceiro musical Ike Turner. Marylin casou três vezes e teve alguns amantes antes de cometer suicídio aos 36 anos. Diana casou com um príncipe que amava outra e depois se meteu com uns sujeitinhos que vendiam para os tablóides os detalhes de sua intimidade. Quem está livre de cruzar com um cafajeste e, pior, se apaixonar por ele?

Ainda assim, resisto em embarcar na história de que mulheres poderosas possuem mais chances de serem infelizes no amor. Vai depender do quanto o amor é realmente prioritário em suas vidas.

E mais: ser feliz no amor não significa, obrigatoriamente, casar, ter filhos e comemorar bodas de ouro. Talvez todas as divas do livro tenham sonhado com isso em algum momento, mas, tivessem concretizado esse sonho, não há garantia nenhuma de que seriam mulheres mais realizadas. Todas elas tinham uma rotina dinâmica, eram cercadas de muitas pessoas e de muito estímulo social, artístico e intelectual: fugiam à regra das mulheres comuns. Um casamento convencional talvez amortecesse sua natureza inquieta.

Quando analisamos a vida das celebridades, incorremos numa série de especulações e fantasias. Por um lado, acreditamos que por elas serem pessoas lindas e ricas têm o dever de ser igualmente bem sucedidas em suas relações amorosas, para fechar o círculo da perfeição absoluta. Elas personificam um ideal. Quando não cumprem com a expectativa que depositamos nelas, ficamos inseguros. Se pessoas tão especiais não conseguem ser amadas, o que dirá nós, que temos celulite, barriga, pouca grana e um dente torto?

E há os que, numa análise diametralmente oposta, vibram com a instabilidade emocional dessa gente. É como se eles pagassem um preço pela fama. O sujeito tem uma Ferrari, mas não consegue uma mulher que o adore pelo que ele é, só pelo que ele tem. A mulher é a gostosa do século, mas não emplaca uma relação que dure mais de seis meses. Nós, ao menos, somos felizes no amor, né bem?

Não há nada de errado com a vida dos outros. Nem nada de muito certo. Não há uma regra que valha para todos os artistas, ou para todos os dentistas, ou para todos os frentistas. Marylin nunca ficou casada mais do que quatro anos, já Sophia Loren ficou cinquenta anos com o produtor Carlo Ponti. Diana não se adaptou à monarquia, já Grace Kelly viveu como Princesa de Mônaco por 27 anos, até falecer num acidente. Se eram felizes essas que mantiveram seus casamentos por mais tempo? Vá saber.

Em suma, não deve ser fácil construir uma relação perene, tendo um cotidiano tão frenético: o amor necessita de dedicação. Aliás, não anda fácil construir uma relação perene tendo qualquer cotidiano. A diferença entre as divas e nós é que a vida delas está na vitrine, para nosso julgamento. Nossas dores ficam entre quatro paredes.

(Martha Medeiros)

Jura Secreta


Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que não causei
Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada que eu quero me suprime
De que por não saber 'Inda não quis

Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega
O que me faz infeliz
É o brilho do olhar
Que não sofri

(Sueli Costa / Abel Silva)

Côncavo e Convexo


Nosso amor é demais
E quando o amor se faz
Tudo é bem mais bonito
Nele a gente se dá
Muito mais do que está
E o que não está escrito...

Quando a gente se abraça
Tanta coisa se passa
Que não dá prá falar
Nesse encontro perfeito
Entre o seu e o meu peito
Nossa roupa não dá...

Nosso amor é assim
Prá você e prá mim
Como manda a receita
Nossas curvas se acham
Nossas formas se encaixam
Na medida perfeita...

Este amor é prá nós
A loucura que trás
Esse sonho de paz
E é bonito demais
Quando a gente se beija
Se ama e se esquece
Da vida lá fora...

Cada parte de nós
Tem a forma ideal
Quando juntas estão
Coincidência total
Do Côncavo e o Convexo
Assim é nosso amor
No sexo...

Este amor é prá nós
A loucura que trás
Esse sonho de paz
E é bonito demais
Quando a gente se beija
Se ama e se esquece
Da vida lá fora...

Cada parte de nós
Tem a forma ideal
Quando juntas estão
Coincidência total
Do Côncavo e o Convexo
Assim é nosso amor
No sexo...

(Erasmo Carlos / Roberto Carlos)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Do fundo do meu coração


Eu cada vez que vi você chegar
Me fazer sorrir e me deixar
Decidida eu disse: nunca mais

Mas, novamente estúpida provei
Desse doce amargo quando eu sei
Cada volta sua o que me faz

Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor tratado assim

Mas,basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca mais p'ra mim

Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
Sei que vou chorar a mesma dor
Agora eu tenho que saber
O que é viver sem você

Eu cada vez que vi você voltar
Eu pensei que fosse p'ra ficar
E mais uma vez falei que sim

Mas já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais p'ra mim

Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
Sei que vou chorar a mesma dor

Se você me perguntar se ainda é seu
Todo o meu amor eu sei que eu
Novamente vou dizer que sim

Mas já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais p'ra mim
Do fundo do meu coração

(Erasmo Carlos / Roberto Carlos)

A Estação

Senti que alguma coisa ia me dizer
No tempo que restava antes de partir
Mas seu silêncio me dizia muito mais
Que todas as palavras que eu pudesse ouvir
No olhar uma tristeza disfarçava
No peito uma saudade antecipava
Então sua mão meu rosto acariciou
E com ternura meus cabelos afagou

E a sua voz se fez ouvir dizendo adeus
E eu fiquei perdido em pensamentos e recordações
Não sei por quanto tempo ali fiquei
E como pude controlar as emoções também não sei

Pra não me ver mais triste ainda ela sorriu
Me olhou nos olhos, me beijou, depois saiu
Caminhou com passos calmos e parou
Me acenou mais um adeus, depois seguiu

Lembrei de tudo como era antes
Sem despedida e vidas tão distantes
Parado ainda na estação ela me viu
Me acenou mais uma vez, depois partiu

E a sua mão mais uma vez me acenou
E eu fiquei perdido em pensamentos e recordações
Não sei por quanto tempo ali fiquei
E como pude controlar as emoções também não sei

(Erasmo Carlos / Roberto Carlos)

A Sangue Frio


Bendita seja entre as mulheres
Essa mulher que enfim...nos separou
que te dê tudo que quiseres
E seja eterno esse seu novo amor
Que todo dia ela festeje
A hora santa em que te conheceu
E toda noite ela te beije
E faça amor melhor que eu
Quando saíres muito cedo
Na mais fingida inocência
Que Deus proteja teus segredos
E dê a ela paciência
Se acaso a conta do cartão
Cobrar presentes que ela nunca viu...
Que ela encontre forças no perdão
E mate a dor...
A sangue frio
Que o tempo todo ela esteja a fim...
Não tenha olhos para mais ninguém
E que não canse de dizer que sim...
E os anjos digam sempre amém...

(Telma Tavares / Roque Ferreira)

Não me interessa... Eu só quero saber!!!


Não me interessa o que você faz para viver.

Eu quero saber o que de fato você busca e se você é capaz de ousar sonhar em encontrar as aspirações do seu coração.

Não me interessa a tua idade.
Eu quero saber se você será capaz de se transformar num tolo para poder amar, viver os seus sonhos, aventurar-se de estar vivo.

Não me interessa qual o planeta que está em quadrante com a tua lua.
Eu quero saber se você tocou o centro da tua própria tristeza, e se você tem sido exposto pelas traições da vida ou se você tem se contorcido e se fechado com medo da própria dor.

Eu quero saber se você é capaz de ficar com a alegria, a minha e a sua.
Se você é capaz de dançar loucamente e deixar que o êxtase te envolva até a ponta dos dedos dos pés e das mãos, e sem querer nos aconselhar a sermos mais cuidadosos, mais realistas ou nos lembrar das limitações de ser humano.

Não me interessa se a história que você está me contando é verdadeira.
Eu quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro consigo mesmo. Se você é capaz de escutar a acusação de traição e não trair a sua própria alma.

Eu quero saber se você pode ser confiável e verdadeiro.
Eu quero saber se você pode ver a beleza, mesmo quando o dia não está belo, e se você pode conectar a sua vida através da presença de Deus.

Eu quero saber se você é capaz de viver com os fracassos, os teus e os meus, e mesmo assim se postar nas margens de um lago e gritar para o reflexo da lua, "SIM"!

Não me interessa onde você mora ou quanto dinheiro você ganha,
Eu quero saber se você é capaz de acordar depois da noite do luto e do desespero, exausto e machucado até a alma, e fazer aquilo que precisa ser feito.

Não me interessa o que você é, ou como você chegou aqui.
Eu quero saber se você irá postar-se no centro do fogo comigo e não fugir.

Não me interessa onde, o quê ou com quem você estudou.
Eu quero saber o que te sustenta interiormente quando tudo o mais desabou.

Eu quero saber se você é capaz de ficar bem consigo mesmo, e se você realmente é boa companhia para si mesmo nos momentos vazios.

(Sonhador da Montanha Oriah- ancião índio americano)

Às favas com o amor! Eu quero é ser feliz...


Pois é... a sensação que tenho tido, nos últimos tempos, é de que essa busca pelo grande amor, pelo par ideal, pelo príncipe encantado, pela felicidade infinita – que deveria ter se configurado como um caminho edificante e enobrecedor – tem servido bem mais para transformar a vida de um grande número de pessoas numa insanidade que é, sobretudo, ineficaz.

Basta repararmos um pouco mais atentamente na enorme confusão que tem sido tantas relações (com suas intermináveis tentativas de nomenclaturas) e terminaremos por concluir que nisso tudo tem algo que precisa ser revisto, reavaliado e reconduzido.

Se estudarmos um pouco mais profundamente a história da humanidade, não demoraremos a descobrir que o comportamento entre homens e mulheres, incluindo o desejo sexual e suas mais diversas manifestações, passou por algumas transformações significativas antes de chegar neste cenário em que vivemos atualmente.

Se no começo tudo era uma questão de sobrevivência e perpetuação da espécie, não há muito tempo nasceu o desejo pelo conforto, pela fartura, pelo bem-estar. Eis também o nascimento do amor romântico e dessa tão visceral busca pela felicidade, que passou a ganhar um sentido bem mais amplo e refinado do que tinha até então.

Daí para alcançarmos este ritmo alucinante de mudanças, não demorou quase nada. Bem menos de um século apenas. E neste momento vivemos como que em meio a um furacao, recheado de dúvidas, incertezas, inseguranças, expectativas e perspectivas cujas bases estão trincadas, em plena reforma.

E a pergunta se repete, incessantemente: por que tem sido tão difícil viver esse tal grande amor? Por que embora esse pareça ser o maior desejo da grande maioria, o que reina são os desencontros?

Talvez você também já tenha vivido contradições profundas como essas. Talvez já tenha acreditado piamente que tudo o que mais desejava era amar e ser amado e, diante desta possibilidade, não soube o que fazer, ou fez tudo errado...

Talvez já tenha dito para si mesmo, incontáveis vezes, que prefere ficar só, desfrutar de sua liberdade, preservar seu espaço e sua individualidade e, cara a cara com seu espelho, sentiu medo da solidão ou o peso quase insuportável da falta de um abraço...

E nesses momentos, convencido (?) pela atual corrente de pensamento que afirma que tudo só depende de você, o conflito interno é praticamente inevitável: o que eu realmente quero? Se depende só de mim, por que será que as pessoas influenciam tão diretamente no modo como me sinto? E se a responsabilidade pelo que me acontece é somente minha, por que nem sempre alcanço os resultados para os quais tanto me dediquei?

Não sei... mas diante de todos esses pontos de interrogação, tendo a concluir que este é um momento da história das relações de completa metamorfose. O que era antes não é mais. O que será ainda não sabemos. Agora, somos homens e mulheres repensando seus papéis, seus desejos, seus lugares dentro dos encontros amorosos, da família e da vida em geral.

O problema, então, talvez seja o apego e o anseio por uma idéia de grande amor que é incompatível com a realidade atual. Um grande amor que não seja castrador e submisso como o que viveram nossos avós, mas que também não seja tão livre e descomprometido como este que temos experimentado nas últimas décadas. De preferência, que seja intenso, romântico, perfeito, cheio de encanto e paixão, como descrevem os poetas e compositores ou mostram os filmes das telas dos cinemas... Daqueles que chegam e nos arrebatam de uma vidinha que não temos suportado carregar sozinhos (porque é exatamente assim que tenho visto muita gente esperar por um grande amor). Ah! E que seja para sempre, claro!

Não percebemos que essa busca não é coerente com as atitudes que temos tido ou com o modo de vida que temos adotado. As engrenagens externas estão desencaixadas das internas. Os ritmos estão desencontrados. O que se deseja comprar não é o que está à venda e ainda assim pagamos o preço para ter o que está nas prateleiras. Estamos perdidos entre sentir, querer, fazer, parecer e, enfim, ser!

Tudo bem... acho até que não daria pra ser muito diferente disso, já que a fase é de profundas mudanças, mas aposto que o caminho poderia ser bem mais suave e prazeroso se parássemos de acreditar que o “grande-amor-dos-contos-de-fadas” é a solução na qual devemos investir toda a nossa existência.

A insanidade (que é o que mando às favas, na verdade) fica por conta dessa insistência em acreditarmos que amor é um ‘estado civil’ qualquer que devemos atingir e, uma vez nele, a felicidade é certa. Não é! Felicidade é aquela que temos a oferecer e não aquela pela qual temos esperado. E é também bem mais incerta, imperfeita e inconstante do que temos imaginado. Simplesmente porque somos gente e gente é assim: incerta, imperfeita e inconstante.

E quando, finalmente, aceitarmos esse fato, creio que teremos começado a compreender o que é o amor...

(Rosana Braga)

Relação acabada não pode virar ‘peso morto’


Depois de passar um dia inteiro fazendo as revisões de um livro meu diretamente no arquivo do computador, dei por encerrada esta delicada e cansativa tarefa. Acontece que, dois dias depois, minha querida parceira de trabalho me liga pra dizer que houve um problema com o computador e que havíamos perdido o arquivo revisado. Ou seja, eu teria de fazer tudo de novo.

Aquela notícia abalou o meu dia. Fiquei profundamente irritada e comecei a sentir dor de estômago misturada com ansiedade e angústia. Tentei me concentrar em outro trabalho, mas não conseguia parar de pensar que aquilo simplesmente não poderia ter acontecido... Estava inconformada!

De repente, meu telefone toca... Atendi! Era um amigo muito querido, com quem sempre aprendo algo de positivo; com quem sempre me torno uma pessoa melhor. Ao me perguntar se estava tudo bem, fui logo respondendo: ‘não, tá tudo mal!’, e contei a ele minha aflição...

Com sua voz doce e acolhedora, ele me disse:
- Rô, solta o livro... deixa o arquivo estragado ir embora... De nada vai adiantar você ficar presa ao que se perdeu! Desapega, deixa ir...

E aquelas palavras me tocaram como se arrancassem, finalmente, a pedra que estava machucando meu estômago. Respirei fundo e senti que ele tinha razão. Em seguida, ele ainda me contou uma pequena estória.

Era sobre um Mestre e seu discípulo que caminhavam em silêncio. Ao chegarem à beira de um rio, notaram que uma mulher gostaria de atravessá-lo, mas não conseguia sozinha. Imediatamente, o Mestre a tomou nos braços e a carregou até o outro lado da margem. Soltou-a e continuou sua caminhada, tendo ao seu lado o discípulo que o acompanhava.

No final do dia, o discípulo não agüentou e falou:
- Mestre, preciso desabafar! O senhor cometeu um gesto que contradiz as regras. Sabemos que não podemos tocar uma mulher e o senhor não só tocou uma como a carregou até a outra margem do rio... Como poderei confiar no senhor novamente se a regra não foi cumprida?

O Mestre, surpreso, respondeu:
- Do que você está falando?!?

E ao olhar para o semblante angustiado do discípulo, rindo-se, lembrou em voz alta:
- Ah! Da mulher que deixei lá atrás, no rio... Você ainda a está carregando?!?

Daí, tirei duas lições: a primeira é que as regras são ótimas, desde que não esmaguem nosso coração. O Mestre fez o que sentiu que era certo fazer naquele momento – ajudar alguém que precisava dele! As regras?!? Ora... que regra pode ser mais importante que um sentimento bom?

A segunda é que, muitas vezes, assim como o discípulo, ficamos apegados a algo que já foi, que já acabou, que já passou... e esse ‘peso morto’ vai machucando nossos pensamentos, contaminando nossos sentimentos, envenenando nosso coração e nos induzindo a palavras e atitudes insanas, que só nos fazem mal; que servem, sobretudo, para nos fazer patinar e patinar sem sair do lugar... espalhando lama para todos os lados e sujando tudo ao nosso redor!

Hoje, conversando com uma amiga, ela me contou que não consegue parar de pensar no seu ex-namorado e que acha que nunca mais vai amar outra pessoa como o amou. Claro que contei a ela a história acima, na tentativa de alertá-la que o namorado ficou lá atrás, mas que se ela insistisse em continuar carregando-o, iria se sentir cada vez mais cansada, sem forças, triste e, principalmente, sem espaço para um novo amor.

Pois bem! Seja lá o que for – especialmente uma relação que se acabou – solte, desapegue, deixe ir embora... Abra seu coração e sinta sair de dentro de você as culpas, os erros, as regras não cumpridas, o que fez sem querer fazer, e o que não fez querendo fazer... Enfim, tudo que já não serve mais, que acabou, que já foi!

E de agora em diante, que o passado seja apenas aprendizado; experiências que tornam você mais amadurecido, menos iludido, mais autêntico, menos dolorido. E com seu coração esvaziado da lama que o fazia patinar, você possa enxergar o que ‘é’ e o que poderá ‘ser’. Afinal, é exatamente para nos lembrar desta possibilidade que o Grande Mestre nos deu um presente que ‘separa’ o dia de ontem do dia de amanhã: a noite – prenúncio de uma nova chance!

(Rosana Braga)

Eu quis tanto... *


Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em vc. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…

Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?

Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.

Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?

Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?

Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.

Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento.
Ser novo.

Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

(Caio Fernando Abreu)


* Não sei o nome do texto. Então escolhi um: Eu quis tanto...

Declaração dos Direitos da Criança

Adaptada pela Assembléia das Nações Unidas de 20 de Novembro de 1959

PREÂMBULO

Considerando que os povos da Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla,

Considerando que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades nela estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição,

Considerando que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de proteção e cuidados especiais, inclusive proteção legal apropriada, antes e depois do nascimento,

Considerando que a necessidade de tal proteção foi enunciada na Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos estatutos das agências especializadas e organizações internacionais interessadas no bem-estar da criança,
Considerando que a humanidade deve à criança o melhor de seus esforços,

A ASSEMBLEIA GERAL

PROCLAMA esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os homens e as melhores em sua qualidade de indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam este direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os seguintes princípios:

PRINCÍPIO 1º
A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.

PRINCÍPIO 2º
A criança gozará proteção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição das leis visando este objetivo levar-se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses da criança.

PRINCÍPIO 3º
Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.

PRINCÍPIO 4º
A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e proteção especial, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, recreação e assistência médica adequadas.

PRINCÍPIO 5º
À criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.

PRINCÍPIO 6º
Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão. Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de segurança moral e material, salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.

PRINCÍPIO 7º
A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário.
Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.
Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.
A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

PRINCÍPIO 8º
A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber proteção e socorro.

PRINCÍPIO 9º
A criança gozará proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, sob qualquer forma.
Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

PRINCÍPIO 10º
A criança gozará proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.

DEPOIS DE LIDA A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA (acima descrita), PERGUNTO:

QUEM SE ACHA NO DIREITO DE PROCEDER PARA COM AS CRIANÇAS, DE TAL FORMA, QUE AS FAÇA CHORAR DESTA MANEIRA?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Encerrando ciclos


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

(Autor desconhecido)

Homens


-Se um homem quer você, nada pode mantê-lo longe.

-Se ele não te quer, nada pode faze-lo ficar.

-Pare de dar desculpas (de arranjar justificativas) para um homem e seu comportamento.

- Para de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer.

-Se uma relação terminar porque o homem não te tratou como você merecia, "foda-se, mande pro inferno, esquece!", vocês não podem "ser amigos". Um amigo não destrataria outro amigo.

-Se você sente que ele está te enrolando, provavelmente é porque ele está mesmo. Não continue (a relação) porque você acha que "ela vai melhorar"

-Você vai se chatear daqui um ano por continuar a relação quando as coisas ainda não estiverem melhores.

-A única pessoa que você pode controlar em uma relação é você mesma.

-Evite homens que têm um monte de filhos, e de um monte de mulheres diferentes. Ele não casou com elas quando elas ficaram grávidas, então, porque ele te trataria diferente?

-Sempre tenha seu próprio círculo de amizade, separadamente do dele.

-Nunca deixe um homem saber de tudo. Mais tarde ele usará isso contra você.

-Você não pode mudar o comportamento de um homem. A mudança vem de dentro.

-Nunca o deixe sentir que ele é mais importante que você... mesmo se ele tiver um maior grau de escolaridade ou um emprego melhor.

-Não o torne um semi-deus. Ele é um homem, nada além ou aquém disso.

-Nunca deixe um homem definir quem você é.

-Se ele traiu alguém com você, ele te trairá.

-Um homem vai te tratar do jeito que você permita que ele te trate.

-Todos os homens NÃO são cachorros.

-Você não deve ser a única a fazer tudo... compromisso é uma via de mão dupla.

-Você precisa de tempo para se cuidar entre as relações. não há nada precioso quanto viajar. veja as suas questões antes de um novo relacionamento.

-Você nunca deve olhar para alguém sentindo que a pessoa irá te completar... uma relação consiste de dois indivíduos completos.

-Faça-o sentir falta de você algumas vezes... quando um homem sempre sabe que você está lá, e que você está sempre disponível para ele - ele se acha...

-Não se comprometa completamente com um homem que não te dá tudo o que você precisa. Mantenha-o em seu radar, mas conheça outros...

-Compartilhe isso com outras mulheres e homens (de modo que eles saibam), você fará alguém sorrir, outros repensarem sobre as escolhas, e outras mulheres se prepararem.

-O medo de ficar sozinha faz que várias mulheres permaneçam em relações que são abusivas e lesivas: Dr. Phill

-Você deve saber que você é a melhor coisa que pode acontecer para alguém e se um homem te destrata, é ele que vai perder uma coisa boa.

-Se ele ficou atraído por você à primeira vista, saiba que ele não foi o único.Todos eles estão te olhando, então você tem várias opções. Faça a escolha certa.

Ladies, cuidem bem de seus corações...

(Autor Desconhecido)

A palavra adeus


Eu não posso compreender
Porque tudo mudou pra mim
Foi uma palavra só
Que tudo destruiu em mim
Porque o mar tão calmo
Não se transformou em fúria
E não calou a voz que sem tremer
Me disse aquele adeus

Vi a luz do entardecer
Aos poucos se apagar pra mim
Não, não sabia se você
Ainda estava junto a mim

Chorei e o pranto a deslizar
Nem mesmo me deixava ver
O rosto que disse sem tremer
Aquele triste adeus

Porque o mar tão calmo
Não se transformou em fúria
E não calou a voz que sem tremer
Me disse aquele adeus

(Fred Jorge)

A partir desse instante


A partir desse instante
Eu não vou mais ficar esperando você
E não vou mais deixar
Que os meus sonhos se percam buscando você
A partir desse instante
Eu não vou mais ficar repetindo o seu nome
E não vou mais chorar, eu tenho que aceitar
Eu não vou mais pensar em você

A partir desse instante
Vou aprender a dominar meus sentimentos
Eu vou tirar você do pensamento
Eu te amo, você sabe, mas preciso esquecer
Eu penso a todo instante
Mas, que adianta, não tem jeito, eu não me esqueço
Eu vivo repetindo a mesma coisa
Mas acabo nos seus braços, te amando outra vez

E dizendo:
Eu não vou mais pensar em você
Mas não posso ficar sem você
Eu não vou mais ficar sem você

(Maurício Duboc / Carlos Colla)

Abandono

Se voltar não faça espanto, cuide apenas de você
Dê um jeito nessa casa, ela é nada sem você
Regue as plantas na varanda, elas devem lhe dizer
Que eu morri todos os anos, quando esperei você
Se voltar não me censure, eu não pude suportar
Nada entendo de abandono, só de amor e de esperar
Olhe bem pelas vidraças, elas devem lhe mostrar
Os caminhos do horizonte
Onde eu fui lhe procurar
Não repare na desordem, dessa casa quando entrar
Ela diz tudo que eu sinto, de tanto lhe esperar

(Ivor Lancellotti)

Tente Esquecer


Tente esquecer se possível
Os dias e as noites que a gente viveu
Tente esquecer que fiz parte
Das coisas marcantes que a vida lhe deu

Tente esquecer tantas noites passadas
Seu corpo em meus braços, palavras marcadas
Os beijos molhados de pranto e de riso
De tudo que fomos nós dois.

Tente esquecer nossos planos
Os anos de amor, tanta coisa em comum

Tente esquecer da paixão incontida
Das voltas em que a vida envolveu cada um

Tente esquecer de buscar por nós dois
Cada vez que encontrar novo caso de amor

Tente esquecer de você que um dia me amou.

(Isolda)

A vida é feita de escolhas


E o amor é uma delas.

Acredito piamente que a vida de cada um de nós é composta por uma sucessão ininterrupta de escolhas. Fazemos escolhas todo tempo, desde as mais simples e “automáticas”, até as mais complexas, elaboradas e planejadas. Quanto mais maduros e conscientes nos tornamos, melhores e mais acertadas são as nossas escolhas.

Assim também é com o amor. Podemos escolher entre amar e não amar. Afinal de contas, o amor é um risco, um grande e incontrolável risco. Incontrolável porque jamais poderemos obter garantias ou certezas em relação ao que sentimos e muito menos ao que sentem por nós. E grande porque o amor é um sentimento intenso, profundo e, portanto, o risco de sofrermos se torna obviamente maior!

Por isso mesmo, admiro e procuro aprender, a cada dia, com os corajosos, aqueles que se arriscam a amar e apostam o melhor de si num relacionamento, apesar das possíveis perdas. Descubro que o amor é um dom que deve vir acompanhado de coragem, determinação e ética.

Não basta desejarmos estar ao lado de alguém, precisamos merecer. Precisamos exercitar nossa honestidade e superar nossos instintos mais primitivos. É num relacionamento íntimo e baseado num sentimento tão complexo quanto o amor que temos a oportunidade de averiguar nossa maturidade.

Quanto conseguimos ser verdadeiros com o outro e com a gente mesmo sem desrespeitar a pessoa amada? Quanto conseguimos nos colocar no lugar dela e perceber a dimensão da sua dor? Quanto somos capazes de resistir aos nossos impulsos em nome de algo superior, mais importante e mais maduro?

Amar é, definitivamente, uma escolha que pede responsabilidade. É verdade que todos nós cometemos erros. Mas quando o amor é o elo que une duas pessoas, independentemente de compatibilidade sanguínea, família ou obrigações sociais, é preciso tomar muito cuidado, levar muito o outro em conta para evitar estragos permanentes, quebras dolorosas demais.

O fato é que todos nós nos questionamos, em muitos momentos, se realmente vale a pena correr tantos riscos. Sim, porque toda pessoa que ama corre o risco de perder a pessoa amada, de não ser correspondida, de ser traída, de ser enganada, enfim, de sofrer mais do que imagina que poderia suportar. Então, apenas os fortes escolhem amar!

Não são os medos que mudam, mas as atitudes que cada um toma perante os medos. Novamente voltamos ao ponto: a vida é feita de escolhas. Todos nós podemos mentir, trair, enganar e ferir o outro. Mas também todos nós podemos não mentir, não trair, não enganar e não ferir o outro.

Cada qual com o seu melhor, nas suas possibilidades e na sua maturidade, consciente ou não de seus objetivos, faz as suas próprias escolhas. E depois, arca com as inevitáveis conseqüências destas.

Sugiro que você se empenhe em ser forte a fim de poder usufruir os ganhos do amor e, sobretudo, evitar as dolorosas perdas. Mas se perceber que ainda não está pronto, seja honesto, seja humilde e ao invés de jogar no chão um coração que está em suas mãos, apenas deixe-o, apenas admita que não está conseguindo retribuir, compartilhar…

E então você, talvez, consiga compreender de fato a frase escrita por Antoine de Saint Exupéry, em seu best seller O Pequeno Príncipe: “Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa”.

Porque muito mais difícil do que ficar ao lado de alguém para sempre é ficar por inteiro, é fazer com que seja absolutamente verdadeiro… ou então partir, inteira e verdadeiramente também! E é exatamente isso que significa sermos responsáveis por aquilo que cativamos…

(Rosana Braga)

Amar ... é tornar-se vulnerável ...


Devo admitir que, num primeiro momento, a vulnerabilidade não parece algo bom de se cultivar como característica. Portanto, tornar-se vulnerável não é, aparentemente, um convite atraente. Certamente, é exatamente essa sensação que muitos de nós tentamos evitar a qualquer custo, seja nos defendendo nas relações que estabelecemos ao longo da vida, seja não nos permitindo vivenciar nossa afetividade.

Mas estou eu aqui, agora, me sentindo vulnerável e inspirada o suficiente para fazer esse convite e justificá-lo... Se considerarmos que você não está vulnerável, podemos acreditar que você está protegido – o que não é, nem de longe, o mesmo que sentir-se seguro, autoconfiante ou bem-resolvido consigo mesmo!

Costumamos nos proteger quando o amor que sentimos começa a se tornar profundo. Uma vez mergulhado na profundidade de seu coração, muitos sentimentos difíceis começam a borbulhar e emergir em sua mente e em sua alma, fazendo com que você se sinta desprotegido, ameaçado...

Diante dessas sensações, podemos reagir de duas maneiras diferentes:

Primeira: Ou nos entregamos à vulnerabilidade e, assim, nos permitimos aprender com o medo, com a insegurança, com o receio da traição, do abandono e da rejeição... E, inevitavelmente, crescemos e nos tornarmos fortes para lidarmos com essas questões presentes em qualquer relação de amor...

Segunda: Ou nos protegemos, lançamos mão de nossas armaduras e passamos a nos defender do outro, do amor, do relacionamento, da dor e das infinitas possibilidades de evolução. Protegidos, podemos usar uma de três estratégias diferentes:

1- Acusamos o outro: nossas palavras, pensamentos e intenções culpam o outro por tudo o que estamos sentindo e não sabemos o que fazer. Criticamos as atitudes da pessoa amada e acreditamos que o responsável por estarmos nos sentindo feridos, magoados e ameaçados é ela!

2- Fazemos chantagem emocional: choramos, nos deprimimos, ficamos até doentes e assumimos o papel de vítima para, com isso, conseguirmos “manipular” o outro a fim de que ele mude seu jeito de ser – o que, para nós, é a causa de todo nosso sofrimento.

3- Ficamos indiferentes: fingimos que nada que o outro faça é capaz de nos incomodar. Nada falamos, a nada reagimos e passamos a viver como se o outro não existisse. A cada pergunta do tipo “o que você tem?”, respondemos com a maior cara de sonso: “nada, por que?”. Tentamos enganar a nós mesmos, nos magoando e magoando o outro, como forma de vingança!

Nenhuma das três estratégias pode nos fazer evoluir, crescer ou enriquecer o relacionamento. Nenhuma das três escolhas pode fazer com que a relação ou a gente mesmo fique melhor. Só podemos transmutar esses sentimentos -que todos nós temos!!! - se nos tornarmos vulneráveis.

Vai doer, não vai ser fácil, mas depois de uma conversa sem acusações, depois de uma auto-análise, que nos permite ver o quanto esses sentimentos estão dentro da gente e não no outro, podemos atingir um patamar acima na escala do amor e nos sentir genuinamente integrados com a pessoa que amamos.

Convido você a um exercício: toda vez que se sentir magoado, irritado, ofendido, abandonado, inseguro ou desrespeitado, antes de acusar o outro, colocar-se no papel de vítima ou ficar indiferente, pare um instante e se pergunte: “do que é que eu estou com medo?”.

As respostas estarão relacionadas com a sua história de vida, com o seu passado, com as suas feridas... Porque você não quer ser contrariado? Porque sua auto-estima está baixa e você tem medo de ser trocado? Porque você é carente e quer que o outro acabe com este problema?

Seja qual for a sua resposta, acolha-se e conte para o outro, expondo seus sentimentos mais profundos, assumindo a sua responsabilidade pelos seus próprios medos. E, assim, muito provavelmente ele vai se sentir com um desejo imenso de ficar ao seu lado, de contribuir para que você não se sinta tão mal, com tanto medo!

Porque todos nós, indefinidamente, preferimos ser companheiros a sermos culpados; preferimos ser parceiros de uma situação difícil a agredidos por algo que está incomodando o outro! Arrisque e certifique-se dos resultados! Permita-se ficar vulnerável e esteja preparado para se surpreender com o que você pode sentir, tanto pelo outro, quanto por si mesmo e, sobretudo, diante da oportunidade de amar!

(Rosana Braga)

Entre a “dor” e o “nada”, o que você escolhe?


Não quero defender as relações falidas e que só fazem mal, nem estou sugerindo que as pessoas insistam em sentimentos que não são correspondidos, em relacionamentos que não são recíprocos, mas quero reafirmar a minha crença sobre o quanto considero válida a coragem de recomeçar, ainda que seja a mesma relação; a coragem de continuar acreditando, sobretudo porque a dor faz parte do amor, da vida, de qualquer processo de crescimento e evolução.

Pelas queixas que tenho ouvido, pelas atitudes que tenho visto, pela quantidade de pessoas depressivas que perambulam ocas pelo mundo, parece que temos escolhido muito mais vezes o “nada” do que a “dor”.

Quando você se perguntar “do que adianta amar, tentar, entregar-se, dar o melhor de mim, se depois vem a dor da separação, do abandono, da ingratidão?”, pense nisso: então você prefere a segurança fria e vazia das relações rasas? Então você prefere a vida sem intensidade, os passos sem a busca, os dias sem um desejo de amor? Você prefere o nada, simplesmente para não doer?

Não quero dizer que a dor seja fácil, mas pelo amor de Deus, que me venha a dor impagável do aprendizado que é viver. Que me venha a dor inevitável à qual as tentativas nos remetem. Que me venha logo, sempre e intensa, a dor do amor...

Prefiro o escuro da noite a nunca ter me extasiado com o brilho da Lua...
Prefiro o frio da chuva a nunca ter sentido o cheiro de terra molhada...

Prefiro o recolhimento cinza e solitário do inverno a nunca ter me sentido inebriada pela magia acolhedora do outono, encantada pela alegria colorida da primavera e seduzida pelo calor provocante do verão...

E nesta exata medida, prefiro a tristeza da partida a nunca ter me esparramado num abraço...
Prefiro o amargo sabor do “não” a nunca ter tido coragem de sair da dúvida...

Prefiro o eco ensurdecedor da saudade a nunca ter provado o impacto de um beijo forte e apaixonado... daqueles que recolocam todos os nossos hormônios no lugar!

Prefiro a angústia do erro a nunca ter arriscado...
Prefiro a decepção da ingratidão a nunca ter aberto meu coração...
Prefiro o medo de não ter meu amor correspondido a nunca ter amado ensandecidamente.

Prefiro a certeza desesperadora da morte a nunca ter tido a audácia de viver com toda a minha alma, com todo o meu coração, com tudo o que me for possível...
Enfim, prefiro a dor, mil vezes a dor, do que o nada...

Não há – de fato – algo mais terrível e verdadeiramente doloroso do que a negação de todas as possibilidades que antecedem o “nada”.

E já que a dor é o preço que se paga pela chance espetacular de existir, desejo que você ouse, que você pare de se defender o tempo todo e ame, dê o seu melhor, faça tudo o que estiver ao seu alcance, e quando achar que não dá mais, que não pode mais, respire fundo e comece tudo outra vez...

Porque você pode desistir de um caminho que não seja bom, mas nunca de caminhar...
Pode desistir de uma maneira equivocada de agir, mas nunca de ser você mesmo...
Pode desistir de um jeito falido de se relacionar, mas nunca de abrir seu coração...

Portanto, que venha o silêncio visceral que deixa cicatrizes em meu peito depois das desilusões e dos desencontros... Mas que eu nunca, jamais deixe de acreditar que daqui a pouco, depois de refeita e ainda mais predisposta a acertar, vou viver de novo, vou doer de novo e sobretudo, vou amar mais uma vez... e não somente uma pessoa, mas tudo o que for digno de ser amado!

(Rosana Braga)

Se esta relação não está lhe fazendo bem...


Comece tudo outra vez. Às vezes, insistimos numa relação ou num jeito de se relacionar que muito mais nos faz sofrer do que nos traz alguma alegria e aquela paz característica do amor. Sabemos que não é o que queremos, mas por algum motivo – que talvez não consigamos identificar sem antes mergulhar numa profunda reflexão – não nos desprendemos.

Passam os dias, os meses e até os anos e continuamos nos sentindo pesados, tensos, insatisfeitos, com a nítida sensação de que estamos desperdiçando energia num enredo que não vale mais a pena ou que talvez nunca tenha valido. Entretanto, nada fazemos para dar um basta e recomeçar.

Pode ser um amor que não é e nunca foi recíproco; pode ser um relacionamento falido ou proibido (quando o outro é comprometido ou definitivamente não está a fim de assumir um compromisso); pode ser um encontro desarmonioso, onde os objetivos de vida são completamente diferentes e você esteja convicto de que não deve rever sua escolha.
Enfim, existem muitos motivos que fazem com que uma relação nos oprima, nos diminua, consuma nossas melhores energias fazendo-nos perder oportunidades criativas e produtivas.

Muitas pessoas chegam a ser prejudicadas no trabalho, no ambiente familiar, com os amigos, na vida social, emocional e até espiritual; mas por medo, insegurança, falta de autoconfiança e auto-estima, nada fazem para mudar.

E sabe o que é pior? Tais pessoas, geralmente, enganam-se dia após dia, alimentando uma fantasia de que algo acontecerá, em algum momento, que lhes tirará desta armadilha, deste ciclo vicioso, desta grande confusão que se tornou sua vida. E quando se dão conta, já se foram mais 2, 8, 15, 50 anos...

Não espere mais. Pare de adiar sua própria felicidade. Mudanças dão trabalho, é verdade; mas definitivamente, valem a pena quando tiram você de uma vidinha insossa, sem graça e medíocre.

Eu sei: é difícil dar o primeiro passo. É difícil saber por onde começar. Sugiro que você se decida, genuinamente, antes de qualquer coisa. Decida internamente, no seu coração. Diga a si mesmo: “eu vou mudar a minha vida!” e saiba, acima de tudo, que mudanças exigem novas atitudes!

Se acha que está fazendo tudo errado, pare, reflita, anote num caderno o seu “certo”. Desenhe um novo caminho. Invente uma nova estratégia. Arrisque o desconhecido se sentir que pode ser melhor. Descubra uma nova história dentro do seu destino. Recomeçar é um privilégio de quem se ama, se respeita, sabe que merece sentir-se em paz consigo mesmo.

Sobretudo, seja tolerante, confie no poder que tem um dia após o outro; este é fluxo natural da existência. Não queira tudo para hoje, para agora. Mas também não desperdice o seu potencial passando a vida toda com suas sementes nas mãos. Sementes são promessas que precisam ser plantadas para se cumprir. E uma vez plantadas, prepare-se para colher – uma a uma – suas possibilidades de felicidade.

Então, é isso: de atitude em atitude, você pode se redesenhar, se reconquistar e recomeçar, seja um novo amor, uma nova vida ou simplesmente um reencontro com seu próprio coração, que é a sua verdadeira fonte de prazer.

E depois de descobrir que você pode ser uma nova versão de si mesmo, faça isso toda vez que algo não estiver bem, afinal de contas, esta é a sua história!

(Rosana Braga)

É mais fácil engolir regras do que enfrentar a si mesmo!


Conceitos e regras que definem dois extremos, tais como “certo” ou “errado”, “bom” ou “ruim” e “vítima” ou “vilão” servem muito mais para nos acomodar numa posição engessada e estagnante do que para nos impulsionar em direção ao amadurecimento tão essencial em nossos relacionamentos.

Outro dia, estava me questionando sobre o que – no mais profundo íntimo – faz as pessoas sentirem tanta dor ao serem traídas ou tanta culpa (ainda que inconscientemente) ao ficar com outra pessoa...

E para começar a minha reflexão, me pareceu muito óbvio à serviço de que estão dor e culpa. Quando nos sentimos traídos ou traidores, todas as nossas convicções ficam estremecidas e nos vemos diante de nós mesmos, tendo de encarar nossas escolhas, questionar nossos sentimentos e revisar nossos valores.

Este intenso e importante exercício é o que nos remete à dor e à culpa, porque nos damos conta do quanto ainda temos a descobrir sobre nós mesmos; o quanto ainda somos tomados por sentimentos pequenos, mesquinhos e limitantes, como posse, orgulho, tentativa de controlar o outro e a vida, inveja, insegurança, falta de auto-estima, de compreensão, etc.

Entretanto, é tão mais fácil justificar o que sentimos a partir da atitude do outro – seja a que nos colocou na posição de traídos; seja a que nos parece ter nos motivado a trair, pois tudo o que queremos é que a responsabilidade não recaia diretamente sobre nós e nossos próprios desejos e atitudes...

Mas justificar o que somos – ou o que não somos – a partir do outro é o que temos feito sempre! Chega! Está na hora de começarmos a assumir que somos e fazemos e sentimos aquilo – e somente aquilo – que nossa maturidade nos permite!

São características como inteligência emocional, autoconhecimento e disponibilidade para aprender que fazem com que sejamos ou não maduros o suficiente para tomar as rédeas de nossas vidas e fazer escolhas mais coerentes e conscientes, facilitando a superação da dor e da culpa e, especialmente, a reincidência da felicidade.

Vivenciar situações complexas como traição inevitavelmente nos coloca diante de tudo o que temos sido e do quanto temos investido naquilo em que desejamos nos tornar. Sobretudo, porque resvala em questões como a legitimidade da busca do prazer e do bem-estar.

Por isso, exige de nossa parte – para serem compreendidas e discutidas tais vivências de modo produtivo – mais do que um enfoque moral. Seu peso e importância (para aceitação ou negação) recaem sobre a visão de cada um e de cada casal, a cada instante da relação.

Temos preferido a cômoda prática da acusação, mergulhando num lugar sempre – e sempre! – de vítimas, deixando de lado a preciosa oportunidade contida nisso tudo, perdendo-se a riqueza do tema em discussões estéreis, não-criativas, não-preenchedoras.

Confesso que isso tudo desafia a mim mesma, mas creio que somente enfrentando-nos – cada um a si mesmo – é que poderemos caminhar em direção ao amadurecimento emocional que uma relação amorosa adulta requer, pouco importando qual a escala de valores que cada um adota!

Então, se você está doendo por se sentir traído, ou culpando-se por se sentir traidor, tente sair dos conceitos limitantes e encare-se de frente! Assuma-se! Reconheça quem você é, ainda que, em princípio, não goste do que vê. É somente quando você sabe quem é que pode se tornar quem deseja ser. Isto é evolução.

Negar-se ou permanecer no desconhecido de si mesmo pode até fazer você parecer menos culpado e mais vítima. No entanto, faz você – de fato! – menos autêntico, menos intenso e bem menos amante do que realmente poderia ser.

Refém de conceitos limitantes e regras que só servem para rotular corações, você perde a chance de encarar a vida e realmente aprender a amar!

(Rosana Braga)

A te


A você que é a única no mundo
A única razão
Para chegar ao fundo
de cada respiro meu
Quando te vejo
Depois de um dia cheio de palavras
Sem que você me diga nada
Tudo se faz claro

Pra você que me encontrou
Na esquina com os punhos fechados
Com as minhas costas contra o muro
Pronto a me defender
Com os olhos baixos
Estava na fila
Com os desiludidos
Você me acolheu
Como um gato
E me levou contigo

Para você canto uma canção
Por que não tenho outra coisa
Nada de melhor para te oferecer
De tudo aquilo que tenho
Pegue o meu tempo
E a minha magia
Que com apenas um salto
Nos fará voar pelo ar
Como bolinhas de sabão

Para você que é
Simplesmente é
Essência dos meus dias
Essência dos meus dias

Para você que é o meu grande amor
E o meu amor grande
Para você que prende a minha vida
E dela fez muito melhor
Para você que deu sentido ao tempo
Sem medi-lo
Para você que é o meu amor grande
e o meu grande amor

Para você que eu
vi chorar na minha mão
Frágil que poderia te matar apertando um pouco
E depois te vi
Com a força de um avião
Prender na mão a sua vida
E puxá-la para um lugar seguro

Para você que me ensinou a sonhar
E a arte da aventura
Para você que acredita na coragem
E também no medo
Pra você que é a melhor coisa
que me aconteceu
Para você que muda todos os dias
E se mantem sempre a mesma

Para você que é
Simplesmente é
Essência dos meus dias
Essência dos meus sonhos
Para você que é
Essencialmente é
Essência dos meus sonhos
Essência dos meus dias

Para você nunca se agrada
E é uma maravilha
As forças da natureza se concentram em você
que é uma rocha, uma planta, é um furacão
é o horizonte que me acolhe quando me afasto

Para você que é a única amiga
que eu posso ter
O único amor que queria
Se não te tivesse comigo
Para você que entrega a minha vida
Bela de morrer
Que consegue produzir no cansaço
Um imenso prazer

Para você que é o meu grande amor
E o meu amor grande
Para você que prende a minha vida
E dela fez muito melhor
Para você que deu sentido ao tempo
Sem medi-lo
Para você que é o meu amor grande
e o meu grande amor

Para você que é
Simplesmente é
Essência dos meus dias
Essência dos meus sonhos
Para você que é
Simplesmente é
Essência dos meus sonhos
Essência dos meus dias

(Jovanotti )