Finalmente criei um blog, mas infelizmente os textos que coloco não são da minha autoria, um dia, quem sabe, me atrevo a escrever alguma coisa.
Estou tentando, ao máximo, ser fiel aos escritores, mas nem sempre consigo, então na incerteza da autoria, estou colocando AD (Autor Desconhecido). Com relação às fotos, estou buscando no Google e não cito as fontes por não saber a quem pertence.
Caso você encontre aqui algum erro de autoria, alguma foto que não posso usar sem citar a fonte, favor comunicar.

Meus beijos e sejam bem vindos!
Virgínia Costa

domingo, 23 de outubro de 2011


Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais.

Melhores Momentos

Como posso explicar para o meu coração
Que você nâo vem mais
Que foi tudo ilusão
Como posso impedir de doer no meu peito
Quando a dor do amor é amor, não tem jeito
Como posso negar todo bem que eu te quis
Como posso esquecer quem me fez tão feliz
Como posso apagar tua imagem de mim
Como posso aceitar que esse amor tenha fim
Eu sei que você vive
A reclamar dos meus defeitos
Mas me castigar dessa maneira eu não aceito
Não pode me acusar de coisas que eu não fiz
Não pode recusar que nos meus braços foi feliz
Eu sei que ainda podemos
Ter um mundo só da gente
Não tente se virar
Quando eu passar na tua frente
Se eu vejo em teu olhar o fogo da paixão
Pra que nos enganar
Ninguém engana o coração
Com você dividi meus melhores momentos
Só depois descobri: sem você não agüento

sábado, 22 de outubro de 2011

 
Que a paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegarei ao meu objetivo mais nobre; aos pés de Zambi maior! Êpa Babá Oxalá.

 Que a vitalidade dos Ibeijis me estimule a enfrentar os dissabores como aprendizado; que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento moral! Onibeijada!

 Que a sabedoria de Nanã me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gera a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim como julgam os insensatos. Saluba Nanã!

 Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais, como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes. Atotô Obaluayê!

 
Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-me a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e me console. Odoyá Yemanjá! 

Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração. Seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me incuta o bom senso. Caô! Caô Cabecilê.

 Que os raios de Yansã alumiem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem de minhas fraquezas. Êpa Hey Oyá!
 
 Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces - que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar - assim seja que eu possa lutar por um objetivo sem arrependimentos. Ora YeYêo Oxum!  

  Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas de meu próprio esforço. Suas flechas caiam à minha frente, às minhas costas, à minha direita e à minha esquerda, cercando-me para que nenhum mal me atinja. Okê Arô Ode!

Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam meu caminho e seu escudo me defenda. Ogum Yê meu Pai!

 Que a irreverência e o desprendimento de Exú me animem a não encarar as coisas da forma como elas parecem à primeira vista e sim que eu aprenda que tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso! Laro Yê Exu!

domingo, 16 de outubro de 2011

Digo a frase maldita
E pra mim pouco importa
Se você acredita
Eu te amo e não temo este amor
Já vou indo vou levando esta dor
Vou em paz
Pois não temo a dor de amar demais.

Minha Fé


Eu tenho um santo
Padroeiro, poderoso
Que é meu pai Ogum
Eu tenho
Tenho outro santo
Que me ampara na descida
Que é meu pai Xangô
Caô
E quem me ajuda
No meu caminhar nessa vida
Pra ir na corrida do ouro
É Oxum, é Oxum

Nas mandingas que a gente não vê
Mil coisas que a gente não crê
Valei-me, meu pai, atotô, Obaluaê
Obaluaê

Por isso que a vida que eu levo é beleza
Não tenho tristeza
Só vivo a cantar, cantar

Cantanto transmito alegria
E afasto qualquer nostalgia
Pra lá, sei lá

E pra quem diga
Que esta minha vida
Não é vida para um ser humano viver
Podes crer

E nas mandingas que a gente não vê
Mil coisas que a gente não crê
Valei-me, meu pai, atotô, Obaluaê

(Zeca Pagodinho)

Melhor Resposta...

Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam.
Quem é você? Do que gosta? Em que acredita? O que deseja? Dia e noite somos questionados, e as respostas costumam ser inteligentes, espirituosas e decentes. Tudo para causar a melhor impressão aos nossos inquisidores. Ora, quem sou eu. Sou do bem, sou honesto, sou perseverante, sou bem-humorado, sou aberto - não costumamos economizar atributos quando se trata da nossa própria descrição. Do que gostamos? De coisas belas. No que acreditamos? Em dias melhores. O que desejamos? A paz universal.

Enquanto isso, o demônio dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim.

A despeito do nosso inegável talento como divulgadores de nós mesmos e da nossa falta de modéstia ao descrever nosso perfil no Orkut, a verdade é que o que dizemos não tem tanta importância. Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz - com todo o respeito - é apenas o que você diz.

Entre a data do nosso nascimento e a desconhecida data da nossa morte, acreditamos ainda estar no meio do percurso, então seguimos nos anunciando como bons partidos, incrementamos nossas façanhas, abusamos da retórica como se ela fosse uma espécie de photoshop que pudesse sumir com nossos defeitos. Mas é na reta final que nosso passado nos calará e responderá por nós.

Quantos amigos você manteve.

Em que consiste sua trajetória amorosa.

Como educou seus filhos.

Quanto houve de alegria no seu cotidiano.

Qual o grau de intimidade e confiança que preservou com seus pais.

Se ficou devendo dinheiro.

Como lidou com tentativas de corrupção.

Em que circunstâncias mentiu.

Como tratou empregados, balconistas, porteiros, garçons.

Que impressão causou nos outros - não naqueles que o conheceram por cinco dias, mas com quem conviveu por 20 anos ou mais.

Quantas pessoas magoou na vida. Quantas vezes pediu perdão.

Quem vai sentir sua falta. Pra valer, vamos lá.

Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras.


(Martha Medeiros)

Ainda sobre separação

A crônica A separação como um ato de amor, resultou em inúmeros depoimentos de leitores. Muitas pessoas me escreveram dizendo que adorariam ter se separado de uma maneira mais cordial, menos violenta, mas que infelizmente não havia sido assim com elas.

Outros disseram que conseguiram chegar a um consenso e manter a amizade e o afeto, tal qual foi descrito no texto. Outros ainda disseram que vivem casados e felizes há 40 anos e esperam jamais precisar passar por um divórcio.
O que importa é que em todos os e-mails encontrei doçura e boa vontade para viver relações mais civilizadas, que possibilitem uma ruptura menos traumática, no caso de um dia ela ser necessária.
Estava tudo assim cor-de-rosa quando entrou o e-mail de uma mulher de uns 30 anos dizendo que separação amigável é irreal. Conversa pra boi dormir. Ex-marido e ex-mulher são sempre uma pedra no sapato. Que o máximo que devemos fazer por eles é tolerá-los em situações em que não haja outra saída.
Era um e-mail enérgico e, por isso mesmo, engraçado, o que me fez lembrar imediatamente de um livro que acaba de ser lançado e que, em vez da visão poética e afetiva do Nas tuas mãos, de Inês Pedrosa, que me serviu de gancho para a primeira crônica, traz uma visão mais ácida do assunto.
Ácida, hilária e também muito verdadeira, porque não existe uma verdade única sobre o tema. O título: O diabo que te carregue!, da ótima Stella Florence.
Stella não esconde de ninguém que 90% do que relata no livro aconteceu com ela. Então misture um depoimento biográfico com pitadas de um humor selvagem e um texto superbem escrito e eis uma obra que será excelente companhia para quem está passando pelo desgaste de uma separação, ou já passou, ou desconfia que vai passar. Riso e reflexão: tem dobradinha melhor para quando se está arrancando os cabelos e vivenciando um apocalipse now?
Em O diabo que te carregue!, o casal não acaba junto, óbvio (livros sobre separação já vêm com o final revelado). Mas apesar de todos os destemperos, mágoas, acessos de fúria, solidão, discussões sobre grana, sobre filhos, raivas contidas e raivas extrapoladas, nota-se que o ex de Stella sobreviveu muito bem à história, tanto que é ele quem escreve o prefácio. É ou não é um mundo civilizado?
Só não é mais civilizado porque a maioria das pessoas ainda tem o costume de se render muito facilmente ao script que nos entregam no berço, sem nos dar chance para bolar outras formas de ser feliz e até outras formas de ser infeliz.
Se todo mundo diz que separação é, obrigatoriamente, um colapso de conseqüências trágicas, lá vamos nós nos comportar como se estivéssemos vivendo as tais conseqüências trágicas, quando talvez estejamos apenas temendo a liberdade da qual nos desacostumamos, mais nada.
Claro que toda separação é um angu, mas há maneiras e maneiras de se lidar com ela. Uns aceitam a tristeza como algo inevitável, temporário e enriquecedor, outros transformam sua dor em catarse coletiva onde o humor e a inteligência vencem no final.
Qual destes roteiros é mais realista? Eu diria que tudo é real, transitório e reversível. Assim como um casamento pode não dar certo, uma separação também pode não dar certo. Não é uma idéia alentadora? 
Gente, nossa separação não deu certo! Volta tudo como era antes.
Melhor do que se preocupar com um happy end ou com um unhappy end é desejar que tudo tenha uma continuidade, estejamos sós ou acompanhados. O livro da Stella é mais ou menos isso: uma caminhada cheia de contratempos até descobrir com alívio, lá no fim, que não há fim, a vida segue.

(Martha Medeiros)

sábado, 15 de outubro de 2011

Quantos antes de mim

O casal começa a namorar, a intimidade aumenta a cada dia, até que um dos dois resolve fazer aquela pergunta infalível, assim, como quem não quer nada: amor, com quantas pessoas você já transou?

É fria. Não responda. Diga que acaba de se lembrar do velório do hamster do vizinho, diga que estão esperando você para organizar a festa de formatura da sua turma, suma e só apareça no dia seguinte. Ou então diga que sofre de amnésia. Amnésia sim, não contei pra você? Não lembro nem o que eu comi ontem...? (e muito menos quem).

A verdade é honrosa, mas nem sempre é necessária. A troco de quê querem saber com quantas pessoas você transou? Ninguém nunca pergunta quantas doações você já fez para entidades assistenciais, não perguntam sobre quantas bicicletas você teve na infância. Por que esse papo agora? Você não vai corresponder às expectativas mesmo.

Se você é homem, solteiro e está na casa dos 30 anos, certamente ela não espera que você seja um monge. Caso você seja, talvez seja boa idéia aumentar um pouquinho seu recorde, para aparentar ser mais desejável. Já se você for um don juan com muita quilometragem, reduza. E se você não tem a menor idéia de com quantas pessoas transou, invente um número de 10 a 20. Não: de 20 a 30. Ah, sei lá, eu disse que era melhor fugir.

Se você é mulher, a complicação é ainda maior. Por mais moderno que seu namorado seja, no fundo, no fundo, ele espera, sim, que você seja uma santa. Não tolera a idéia de ser comparado com os antecessores. Se você disser a verdade, ele vai dizer: Ah, 26? Ótimo, adoro mulheres experientes e sairá da sua casa direto pro bar, em busca de um coma alcóolico. Se você disser que foi só um - e pode muito bem ser verdade - ele vai pensar que você está de gozação, que foram mais de 300. Pesquisas revelam que a maioria das mulheres responde que foram 9. Se é verdade ou não, ninguém sabe, mas a maioria responde 9. Melhor não entrar na casa dos dois dígitos.

A verdade é que ninguém ficará satisfeito com a resposta. Portanto, não pergunte, não responda. Diga que antes de conhecê-la(o) você não viveu e sugira logo uma meia muzzarela, meia calabresa pra encerrar o assunto.

(Martha Medeiros)

Eu vou te contar que você não me conhece...

Eu vou te contar que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza a você ...
Ao fim de tudo você permanece comigo, mais preso ao que eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa...
Você não tem um nome, eu tenho...
Você é um rosto na multidão, e eu sou o centro das atenções,
Mas a mentira da aparência do que eu sou, é a mentira da aparência do que você é.
Por que eu, eu não sou o meu nome, e você não é ninguém...
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca a chegar ao limite possível da aproximação. Através da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre mim e você existe a notícia que nos separa...
Eu quero que você me veja nua, eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada, te denuncia e te espelha...
Eu me delato, tu me relatas...
Eu nos acuso e confesso por nós.
Assim, me livro das palavras
Com as quais você me veste.


(Laura Baptista Leite para a voz de Maria Bethânia)

Ela une todas as coisas

Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar?

Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá …
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar!
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar!
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar.

(Jorge Vercillo)
- Você me emprestou o seu olhar pra eu perceber melhor o que me cercava
- Mas nem assim você percebeu que eu te amava, que eu estava nas tuas mãos. Se você quisesse, mas você não quis
- Eu só me apaixonei pelos homens a quem eu podia magoar
- Eu não me importava de ter sido magoado por você
- Mas eu me importava, e ainda me importo. Você é o meu melhor amigo, meu irmão. Afeto assim é muito raro, é muito precioso pro sexo botar tudo a perder
- Porque que o sexo botaria tudo a perder?
- Porque o sexo subverte, tira a espontaniedade, cria expectativas, confere poder. Não gostaria de te odiar porque você não fez o gesto que eu esperava, nem disse aquilo que eu queria ouvir
- Mas isso não ia acontecer nunca
- Ia sim...ia sim. Nós somos humanos (...)
 

Aqui

Aqui
Eu nunca disse que iria ser
A pessoa certa pra você
Mas sou eu quem te adora
Se fico um tempo sem te procurar
É pra saudade nos aproximar
E eu já não vejo a hora

Eu não consigo esconder
Certo ou errado, eu quero ter você
Você sabe que eu não sei jogar
Não é meu dom representar
Não dá pra disfarçar
Eu tento aparentar frieza mas não dá
É como uma represa pronta pra jorrar
Querendo iluminar
A estrada, a casa, o quarto onde você está
Não dá pra ocultar
Algo preso quer sair do meu olhar
Atravessar montanhas e te alcançar
Tocar o seu olhar
Te fazer me enxergar e se enxergar em mim

Aqui
Agora que você parece não ligar
Que já não pensa e já não quer pensar
Dizendo que não sente nada
Estou lembrando menos de você
Falta pouco pra me convencer
Que sou a pessoa errada.

(Ana Carolina)

Problemas

Qualquer distância entre nós
Virou um abismo sem fim
Quando estranhei sua voz
Eu te procurei em mim
Ninguém vai resolver
Problemas de nós dois.

Se tá tão difícil agora
Se um minuto á mais demora
Nem olhando assim mais perto
Consigo ver porque tá tudo tão incerto
Será que foi alguma coisa que eu falei?
Ou algo que fiz que te roubou de mim ?
Sempre que eu encontro uma saída.
Você muda de sonho e mexe na minha vida

O meu amor conhece cada gesto seu
Palavras que o seu olhar só diz pro meu
Se pra você a guerra está perdida
Olha que eu mudo os meus sonhos,
Pra ficar na sua vida!

(Ana Carolina)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Meu Deus, me dê a coragem

Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.

(Clarice Lispector)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meu Jardim

 
Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

(Vander Lee)

A elegância do comportamento

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas,quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
E quando falam,passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que
pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber que você teve que se arrebentar para o fazer...  porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza.
Atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a porta para alguém é muito elegante...
Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante... Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...
Oferecer ajuda... é muito elegante...
Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante...
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social:
- Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la.

(Adaptação de texto extraído do Livro: EDUCAÇÃO ENFERRUJA POR FALTA DE USO
Henri Toulosse Lautrec)

Vista de um jeito triste, a vida é uma longa enumeração de perdas, mas algumas delas são totalmente desnecessárias. É como se não soubéssemos como o tempo e os afetos são importantes e saíssemos por aí desperdiçando.

Por isso, cuidado ao jogar pela janela relações valiosas. Cuidado ao descartar pessoas queridas. Não há tantas delas assim numa única vida. E cada uma delas leva consigo um pedaço da história da nossa história.

(Ivan Martins)

domingo, 9 de outubro de 2011

Pelo Cansaço

Pior que não me querer mais
É não fazer questão
Deixando que eu vá embora
Aos poucos
Deixando que eu desista assim
Sem briga ou discussão
De quem já desistiu de mim
Aos poucos
Você sabe
O amor não é só desesperança
O amor não é toda essa renúncia
Infelicidade cansa
Então, pelo cansaço, você consegue
Que eu fique assim
Tão entregue
Leve teu desprezo de lembrança.

(AD)

Consequências

Dessa água eu não beberei
Eu cansei de dizer
Eu jurava que não
Mas no fundo queria você

A cabeça dá ordens
Que o coração não aceita
E se o caso é paixão
Simplesmente ele nada respeita

De repente
Sem mais nem porquê
Você liga pra mim
Diz que se arrependeu
Que me ama
e coisas assim
Começo a sonhar
Me deixo levar
Nem penso em medir conseqüências
Se de novo eu tiver que chorar
- paciência...
O amor me venceu
O orgulho perdeu
A boca sorrindo
E os olhos vermelhos
A cabeça de pé
E o coração de joelhos

Ah, já não sou
Dona de mim
Eu jurava que não
E de novo estou amando assim.

(Reginaldo Bessa)

" O que eu sinto por você é muito mais que o amor, e ainda assim eu não deixo de te amar. "

sábado, 8 de outubro de 2011

Na Hora da Raiva

Na hora da raiva
Eu lhe disse tudo
Na hora da raiva
Eu rasguei o verbo
E falei de tudo, aquilo que sentia

E o que eu não queria
Eu falei também
levantei da cama e vesti a roupa
não me conhecia
Estava quase louca
Fui até a porta e antes de sair,
Voltei com o pretexto de me despedir

Na hora da raiva
Não pensei em nada
Perdi a cabeça e descontrolada
Peguei minhas coisas, gritei
vou me embora
Te disse umas tantas, só pra te agredir
Mas você me pegou com aquele seu jeito
Me puxou com força,
Me apertou no peito
E como acontece quando a gente ama,
Me esqueci da raiva e acabei na cama.
Você faz de mim o que bem quer
Eu não me importo no que der
Eu quero apenas seu amor

Não importa o jeito que eu vivo
Se sou isso ou sou aquilo
Só sei que sou tua mulher.

(AD)

A Sangue Frio

Bendita seja entre as mulheres
Essa mulher que enfim...nos separou
que te dê tudo que quiseres
E seja eterno esse seu novo amor
Que todo dia ela festeje
A hora santa em que te conheceu
E toda noite ela te beije
E faça amor melhor que eu
Quando saíres muito cedo
Na mais fingida inocência
Que Deus proteja teus segredos
E dê a ela paciência

Se acaso a conta do cartão
Cobrar presentes que ela nunca viu...
Que ela encontre forças no perdão
E mate a dor...
A sangue frio
Que o tempo todo ela esteja a fim...
Não tenha olhos para mais ninguém
E que não canse de dizer que sim...
E os anjos digam sempre amém...

(AD)

A Flor da Pele

Não sei quando ou como começou
Só sei que me alucina
Me perdi do fio condutor
Do amor que me domina
E você me usa a seu favor
Igual mulher de esquina
E me leva embora, traidor
Assim que se termina

Mas se você quer
Eu logo vou
Sabendo da rotina
Despencamos sobre o cobertor
Devasso e libertina
Me diz coisas feias e de amor
A luz da lamparina
Me devoro corpo sedutor
Igual fera assassina

E você me arrasta nessa dor
Que aos poucos me arruína
Ando já com meus nervos a flor da pele já morfina
Tenho olheiras fundas e pavor de álcool e nicotina
Minhas noites durmo com pavor
A base de aspirina

Sei que estou secando ao seu dispor
Sei que estou ficando sem valor
Sei que você vai sumir
Eu vou, vou cumprir minha sina.

(AD)

domingo, 2 de outubro de 2011

A seta e o alvo


Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

(Paulinho Moska / Nilo Romero)

Não pense em mim


Nem se o cara mais lindo do mundo quiser
Eu não quero
Nem que venha coberto de ouro
Da cabeça aos pés
Acontece que o meu coração
Só tem lugar pra um
E se o meu amor
Não me quer
Eu não quero nenhum
Não se iluda não perca seu tempo
Você não merece
Vai em frente
Se livra de mim
Acha alguém e me esquece
Não pensa em mim
Olha teu lado, se cuida
Não pensa em mim
To machucada por dentro
Não pensa em mim
Eu só quero te ver numa boa
Eu ainda estou perdida por essa pessoa
Se eu te enganei de alguma forma me perdoa
Se eu dei motivo pra você gostar de mim
Foi porque
Você é bom, você é doce
Você é tudo que eu queria que ele fosse
Mas tenho medo de magoar você no fim.

(AD)

Quando fazemos uma escolha, qualquer escolha,
estamos dizendo sim para um lado
e dizendo não para o outro.
Então, algum sofrimento sempre vai haver.


(Martha Medeiros)
"Se você não aceita o meu silêncio. O que fará você acreditar nas minhas palavras?"
"Eu não sou tão forte quanto eu previa, nem tão fraca quanto eu temia. Não tenho o passo rápido como eu gostaria, nem paraliso como poderia. Aprendi a me equilibrar nos extremos. Se não tenho o direito de escolher todos os acontecimentos, posiciono de acordo com os fatos. No final, o que me move não é forte o suficiente pra me derrubar, mas é intenso o bastante pra me fazer ir além."


"Se você ao menos partisse e se levasse inteiro, 
mas ficou tanto de você aqui, 
fazendo morada no meu lado de dentro."

sábado, 1 de outubro de 2011


Cada não que eu recebi na vida entrou
por um ouvido e saiu pelo outro.
Não os colecionei. Não foram sobrevalorizados.
Esperei, sem pressa, a hora do sim.

(Martha Medeiros)

"Quero domingos de manhã.
Quero cama desarrumada,
lençol, café e travesseiro.
Quero seu beijo.
Quero seu cheiro."

"O homem mais importante na vida de uma mulher
não é o primeiro, mas sim aquele que não deixa
existir o próximo."

"Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas."

"Não quero ser a introdução ou a conclusão do livro de sua vida,
ficaria feliz em ser apenas um capítulo inesquecivel e perfeito do qual você leu e jamais esqueceu..."

Tudo passa... chuva passa, tempestade passa, até furacão passa...
Difícil é saber o que sobra...

(Millôr Fernandes)