Finalmente criei um blog, mas infelizmente os textos que coloco não são da minha autoria, um dia, quem sabe, me atrevo a escrever alguma coisa.
Estou tentando, ao máximo, ser fiel aos escritores, mas nem sempre consigo, então na incerteza da autoria, estou colocando AD (Autor Desconhecido). Com relação às fotos, estou buscando no Google e não cito as fontes por não saber a quem pertence.
Caso você encontre aqui algum erro de autoria, alguma foto que não posso usar sem citar a fonte, favor comunicar.

Meus beijos e sejam bem vindos!
Virgínia Costa

sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ 2012

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente"

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Só as chatas são solteiras

Por que tem tanta mulher avulsa hoje em dia? Não acho que seja pela reprodução acelerada dos fãs de sauna nem por culpa da carga de trabalho insana. Também não é por causa da balela (contada com ares de conquista) de que ficamos tão independentes a ponto de nos arrepiarmos com a idéia de um macho peludo pentelhando nossa paciência. A razão para ter tanta mulher solteira é simples e cruel: porque o mundo está cheio de mulher chata.

A coisa mais comum em parques, bares, restaurantes e escritórios é mulherada reclamando. Por tudo e qualquer coisa. Se o cara não deu sinal de vida depois da primeira transa: credo, que escroto. Se mandou flores depois da primeira transa: ih, que careta. Se ligou todo simpático no dia seguinte: coitado, é inseguro. Se falhou no que deveria ser a primeira transa: o desgraçado é um broxa. Se o cidadão não quer um relacionamento fixo e deixa isso claro: putz, que galinha. Se não deixa isso claro: putz, que sabonetão. Se quer namorar pra valer: putz, sabe que eu não sei se estou disposta a abrir mão da minha liberdade?

Ah, fala sério, não dá para ter paciência com essas fêmeas surtadas, não. Eles estão mais é certos de preferirem tomar uma cerveja com os amigos a encarar um cineminha com uma mocinha simpática que pode, em questão de horas, se transformar num bicho-do-mato ou num bicho-preguiça; ou sair correndo e bradando "Sou uma mulher moderrrrrrrrrrna!"; ou grudar feito ventosa e começar a escorrer melado.

Não acredito em "surto de solteirice". Isso é bobagem criada pelas mal-amadas ou trocadas: só falta homem para quem é pentelha demais, excessivamente cobradora, doentiamente independente ou que tenha a cara de um cachorro pug com gripe. Mas, acima de tudo, falta homem para dois tipos de mulheres: aquelas que estão sozinhas e continuam agindo como se não precisassem de ninguém e as que ficam praticamente sem ar se não tiverem um ser para chamar de "tchuchuco". Peraí! Namorados são bons para animar a vida, partilhar o cotidiano, levar o cachorro pra passear na rua, comprar remédio para cólica em noites de chuva. Eles não devem ser tratados como estandarte da luta contra a opressão feminina nem dão, por si só, sentido à vida de ninguém. São apenas homens com quem podemos ser mais felizes.

Se você está há muito tempo sem um bípede do sexo oposto para chamar de seu e já nem se lembra como passar um domingo a dois, pode ser que não aja nenhuma conspiração mundial ou um raro alinhamento dos astros que intervenha malignamente sobre sua vida amorosa. Talvez seja tudo muito mais simples e mais fácil de resolver: talvez você seja, ou esteja, chata.

(Ailin Aleixo)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Meu Amor

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.

(Chico Buarque)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Religião e intolerância

“Por definição, toda religião – toda fé – é intolerante, pois proclama uma verdade que não pode conviver pacificamente com outras que a negam.” – Mario Vargas Llosa

Por definição, está coberto de razão o grande escritor peruano, quando coloca o problema da intolerância religiosa como reflexo da enorme diversidade cultural que caracterizam os povos e espelho das mentalidades que também se diferenciam dentro dos próprios grupos sociais. Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo (11/07/2004), sobre o caráter laico do Estado e da União Européia, ele fala com conhecimento de causa e faz a afirmação acima citada baseando-se na experiência histórica de religiões e filosofias e que foram desviadas de suas bases originais para satisfazer interesses bem distanciados daqueles delineados por seus criadores.

Não importa a relatividade desses conceitos – se religião ou religiosidade, fé ou crença devoção ou adoração – a repercussão desse elemento cultural na mente humana dificilmente poderá ser dissociado do fanatismo, dos impulsos passionais e do radicalismo emocional. Não é à toa que a sabedoria popular ensina que não se deve discutir religião e futebol, se quisermos preservar relações amistosas. Durante séculos fomos educados para a intolerância e para o radicalismo. Preconceitos religiosos foram pacientemente enraizados em nosso psiquismo e no comportamento, como peças estratégicas para preservação de grupos e sistemas ideológicos. Mesmo as grandes lições de fraternidade e tolerância caíram no esquecimento e no universo lendário. O próprio Mahatma Gandhi, figura contemporânea da Era Atômica, parecia em sua época e ainda hoje ser algo inacreditável, saído das páginas de algum livro de mitologia.

Mas somos, como categoria social humana, um complexo multicolorido de ideologias e crenças, seja em forma de partidos políticos, de cultos religiosos, agremiações filosóficas ou estilos de vida que consideramos atraentes e afins com a nossa maneira de ver o mundo, de agir, de pensar e de sentir as coisas. Nesses agrupamentos procuramos respostas, conforto espiritual, aceitação, respeito, reconhecimento, todas as soluções possíveis para resolver os nossos conflitos interiores, nossas carências internas e externas, reparos de danos e traumas, enfim, a busca da felicidade, de um Norte, de uma plenitude, da auto-realização. É por esse motivo, inclusive, que constituímos famílias - não importando qual o modelo - e mantemos viva a imagem do “ninho” ou da “tribo” como símbolos da nossa identidade pessoal e social. Nossos ninhos e tribos continuam sendo o nosso principal endereço existencial, a referência na qual mantemos o pé de apoio para dar todos os passos importantes e decisivos nas experiências vivenciais. Até mesmo as organizações criminosas ou os agrupamentos de hábitos considerados fúteis, quando ameaçados em seus interesses, reagem com suas ideologias, doutrinas, dogmas, tradições, raízes, ídolos, eventos históricos, como armas para justificar e legitimar suas necessidades e suas próprias existências. Vejamos, por exemplo, os recentes acontecimentos de 11 de setembro , onde o terror teve a religião como principal fonte de motivação ideológica. “Mas é uma religião primitiva e atrasada!”, diriam os ateus ou então aqueles outros que julgam que sua religião é superior às demais. Como se o problema fosse a religião em si, quando na verdade é o comportamento sectário embutido historicamente nas religiões e confrarias que alimentam esses flagelos de mentalidade. A intenção dos atentados terrorista foi de ordem política, mas os agentes executores o fizeram por uma causa religiosa, ou seja , a crença de que seriam recompensados num outro mundo por terem agido com renúncia e coragem. Isso é histórico: é só lembrar as monarquias teocráticas de todos os tempos, os tribunais da Inquisição, as cruzadas, o calvinismo europeu, os regimes totalitários nos anos 30 e durante a Guerra Fria.

O grau de intolerância demonstrado por aqueles que hoje se suicidam pela sua crença certamente não é o mesmo daqueles que discriminam, perseguem e expulsam seus companheiros de ideologia, quando estes começam a destoar dos seus pontos de vista, mas as causas são idênticas: a incapacidade de compreender e conviver com a diversidade e de aceitar o princípio igualdade humana como lei universal. Nas situações de conflito, quando o egoísmo e o orgulho predominam como fonte de poder, a igualdade e a humildade passam a ser vistos como valores banais, de pessoas fracas e poucos inteligentes. Quando se trata de conflitos de crença e ideologia, esse fator humano de arrogância e prepotência assume proporções mais violentas, mesmo quando disfarçadas pela polidez institucional, pelas aparências jurídicas, pela hipocrisia das relações artificiais. Temos visto isso acontecer em todas o setores sociais, mas nas agremiações religiosas elas acontecem com mais freqüência e são mais camufladas com um forte teor de hipocrisia. Nesses ambientes de orações, meditações, vibrações, peregrinações, curas, oferendas, cantorias e celebrações, a camuflagem torna-se mais sutil e mais eficiente no jogo de aparências. Aí a mente é capaz de realizar verdadeiros prodígios de dissimulação: sorrir e odiar; orar com a voz mansa e emotiva e, ao mesmo tempo, conspirar criminosamente para eliminar o adversário. Pode parecer chocante, mas é a mesma ginástica ideológica que faz o matador de aluguel rezar de joelhos para pedir perdão antes de cometer o ato insano.

Essa perversão da fé e da religiosidade só tem uma explicação: orgulho e egoísmo. Ninguém consegue abrir mão de posições e posturas, de pontos de vista ou de opiniões quando estão sob o efeito das aparências, da imagem artificial que possuem das coisas e de si mesmos. É uma doença existencial com fortes elementos de ordem emocional, como uma ferida infectada, cuja característica marcante é o hábito sistemático de fugir da realidade e de mentir para si próprio. Quando fingimos ou dissimulamos idéias e sentimentos, com a intenção de ocupar espaço ideológico ingressamos imediatamente num jogo perigoso, de difícil sustentação. Daí ser muito comum e constante o uso de expedientes ardilosos, geralmente incompatíveis com a ética religiosa ou filosófica dos grupos que freqüentamos.

Não é coincidência também que a desilusão pessoal e a decepção com as contradições humanas são a maior causa da deserção dos adeptos desses grupos. Desertamos na medida que caem os mitos, as aparências, as imagens distorcidas: mitos que nós mesmos criamos, aparências que deixamos nos iludir, imagens que construímos com distorções, segundo os nossos próprios interesses inconscientes e limites psicológicos. Quando isso acontece, quase sempre colocamos a culpa nos outros, nos líderes, nas doutrinas, nos acontecimentos, sem jamais avaliar que o nosso ponto de vista é que sempre foi o verdadeiro responsável pela condução dos nossos sentimentos e atitudes. Recentemente tivemos a oportunidade de ouvir as queixas de um militante bem desiludido com os espíritas, com os centros espíritas e com o Espiritismo. Bastante abatido com a derrota em uma disputa na qual, segundo ele, entrou de corpo e alma, em nenhum momento reconheceu o fato de ter se deixado iludir, mas atacou com muita propriedade todas as imperfeições das pessoas e das instituições envolvidas na sua triste história. Nos lembramos dos textos de “Obras Póstumas” e da “Revista Espírita”, mas não tivemos coragem de recomendá-los naquele momento de mágoas e decepções. Um pouco desolados com essa história de poder e glória em uma instituição espírita, fomos nós mesmos nos consolar nas memórias de Kardec, repletas de experiências sobre os problemas da convivência humana. Ali podemos observar como é possível empreender esforços para superar tendências históricas, hábitos culturais e inclinações pessoais que perpetuam o fanatismo e a intolerância. A experiência de Kardec prova que é possível ir além das definições, romper preconceitos seculares e avançar cada vez mais no terreno da liberdade de consciência. Definições não são apenas artifícios de linguagem, mas ferramentas precisas para identificar coisas, circunstâncias e paradigmas predominantes.

Mas é preciso ir além, quebrar paradigmas, ousar, como fizeram os demolidores de preconceitos em todas as épocas. Eram, é claro, pessoas de moral acima do normal e de comportamento diferenciado da média, mas todos tinham algo em comum: eram seres humanos e jamais se deixaram escravizar por idéias e crenças. Muito pelo contrário, atacaram suas próprias culturas nos pontos que consideravam frágeis e ilusórios. Budha atacou o desejo e a sensualidade que contaminava a espiritualidade em seu tempo; Jesus posicionou-se estratégica e heroicamente contra a intolerância, o fanatismo e o comércio das coisas sagradas; Lao-tsé e Confúcio empreenderam suas inteligências contra a corrupção e o comodismo; Comênius e Pestalozzi viram na infância um terreno fértil para plantar as sementes da transformação do tempo futuro e não somente no cultivo das tradições do passado. Allan Kardec demoliu o materialismo e o sobrenatural, reconstruiu a fé e resgatou a religiosidade sem se deixar contaminar pela ingenuidade mística ou se impressionar com os “mistérios” ditos “ocultos”. Martim Luther King, seguindo os passos de Gandhi, desmontou a farsa que encobria em seu país o mito da liberdade e os direitos civis.

Seria de uma grande utilidade se nós, os espíritas, pudéssemos refletir sobre esse assunto e transpormos suas conclusões para os ambientes que freqüentamos e a ideologia que cultivamos como fonte de realização. Podemos avançar as definições e romper paradigmas. Como o Espiritismo não é religião - nesse sentido histórico sectário –, muito menos futebol, podemos discutir tranqüilamente essas delicadas questões ideológicas:

Como temos cultivado o conceito de verdade no Espiritismo?

Como temos lidado com o pensamento divergente?

Temos agido dentro da ética espírita quando atuamos politicamente em suas instituições?

Afinal, nossa fé tem conseguido encarar a razão face a face?

(Dalmo Duque dos Santos é mestre em Comunicação, bacharel em História e Pedagogia.)

A Casa é Sua

Não me falta cadeira
Não me falta sofá
Só falta você sentada na sala
Só falta você estar

Não me falta parede
E nela uma porta pra você entrar
Não me falta tapete
Só falta o seu pé descalço pra pisar

Não me falta cama
Só falta você deitar
Não me falta o sol da manhã
Só falta você acordar

Pras janelas se abrirem pra mim
E o vento brincar no quintal
Embalando as flores do jardim
Balançando as cores no varal

A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora

A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio

Não me falta banheiro, quarto
Abajur, sala de jantar
Não me falta cozinha
Só falta a campainha tocar

Não me falta cachorro
Uivando só porque você não está
Parece até que está pedindo socorro
Como tudo aqui nesse lugar

Não me falta casa
Só falta ela ser um lar
Não me falta o tempo que passa
Só não dá mais para tanto esperar

Para os pássaros voltarem a cantar
E a nuvem desenhar um coração flechado
Para o chão voltar a se deitar
E a chuva batucar no telhado

A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora

A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio.

(Arnaldo Antunes)

domingo, 4 de dezembro de 2011

Amor sem Censura

Se a cabeça não pensar o corpo é que age sem pudor
Numa relação a dois, muito prazer, pra que lembrar o amor?
O pecado faz um bem, se faz na cama, faz no chão também
Que eu tô pedindo pra você
Tá na hora de inovar pra ter de volta a sedução
Fecha os olhos pra censura e filma a nossa relação
Faça o que te der prazer, dedo na boca, olhos nos olhos pra dizer
Que eu tô pedindo pra você

Me ama como eu amo, vem sentar no meu colo
Respiro o teu suspiro, que é o ar que eu mais adoro
Me envolve no teu cio, seu toque é um arrepio
Cavalga doce que eu galopo sem cessar
Depois me beija a boca com a sede dos prazeres
Transpiro o seu veneno, que eu cumpro os meus deveres
Transforma as fantasias nas taras e manias
Que seja eterno enquanto o nosso amor durar

Ama que eu amo, beija que eu beijo
Sou seu desejo se você me desejar
Deixa que eu deixo, pede que eu faço
Só não dá certo se você me censurar

(Elymar Santos)

domingo, 6 de novembro de 2011


"As vezes, criamos pessoas em nossas mentes, construímos sonhos em cima de palavras, que o vento leva. Mas quem é o culpado? Quem fala ou quem ouve? Ou será que não existe culpado? Nessa vida louca, quando pensamos que nossa vida está calma, acontece um maremoto, e tudo vai a deriva. Não há culpados, é só a vida se materializando, são os encontros e desencontros. Temos que aceitar quando um tripulante resolve sair antes do término da viajem, sem dizer adeus, sem dizer sequer uma palavra, é difícil. Mas, cada um faz o que pensa ser o melhor. O que é nosso nunca se vai, por mais que queira, sempre estará presente. Se for, na hora certa voltará, e se não voltar, é porque não era nosso. Melhor assim. Doer, dói, mas somente uma vez. E nada melhor que o tempo para mostrar nos o melhor caminho. E isso não é frieza, é maturidade. Nada dura para sempre, nem as dores, nem as alegrias. Tudo na vida é um aprendizado, tudo na vida se supera."

(CFA)

- Como assim eu mudei? Quando?

- Quando deixou de ser aquilo que era. Até mesmo quando deixou de fazer questão de todas essas coisas que hoje eu resolvi dar importância. E só dei importância porque quis que você soubesse o quanto eu a amo, o quanto sempre a amei. Antes eu nunca tivesse dito absolutamente nada do que eu disse. De repente, não estaria doendo como dói agora. Mas mesmo querendo muito a sensação de me arrepender de ter dito tudo o que eu disse, prefiro mesmo que você saiba. Um dia talvez você entenda o quanto a sua distração me dói, o quanto esse seu silêncio me rasga. O quanto machuca ver que se estragamos o que poderíamos ser, não foi por causa das nossas muitas brigas ou diferenças, foi porque desistimos de ser aquilo que sempre fomos não querendo estragar o que já tínhamos sido sem erro algum. Eu não sei ficar distraído ao seu lado. E se isso vai te fazer feliz então seja. Mas não vai ser comigo.
 
(CFA)

sábado, 5 de novembro de 2011


"Não consigo mais aceitar relações pela metade. Em outras palavras, raspas e restos não me interessam."

(CFA)

"Eu sei que todos os dias quando eu acordo Deus dá um sorriso e me diz: Estou te dando a chance de tentar de novo."

(CFA)

"Só nós dois, sós os dois, sóis os dois. Só nós dois sabemos que o que se sente não se trata — e é em nome deste intratável que um dia nos fez estremecer que agora nos separamos." 

(CFA)

"Dói muito, mas eu não vou parar. A minha não-desistência é o que de melhor posso oferecer a você e a mim neste momento." 

(CFA)

"Eu te amo. Mesmo negando. Mesmo deixando você ir. Mesmo não te pedindo pra ficar. Mesmo não olhando mais nos teus olhos. Mesmo não ouvindo a tua voz. Mesmo não fazendo mais parte dos teus dias. Mesmo estando longe, eu te amo. E amo mesmo. Mesmo não sabendo amar." 

(CFA)

"Apesar de tudo, você ainda é a primeira coisa em que eu penso quando me falam: Faça um pedido!"

"E entre tudo que ele poderia ser pra mim, ele escolheu ser saudade."

(Caio Fernando de Abreu)

Estranha loucura

Minha estranha loucura
É tentar te entender e não ser entendida
É ficar com você
Procurando fazer parte da tua vida

Minha estranha loucura
É tentar desculpar o que não tem desculpa
É fazer dos teus erros
Num motivo qualquer a razão da minha culpa

Minha estranha loucura
É correr pros teus braços quando acaba uma briga
Te dar sempre razão
E assumir o papel de culpado bandida
Ver você me humilhar
E eu num canto qualquer dependente total do teu jeito de ser

Minha estranha loucura
É tentar descobrir que o melhor é você

Eu acho que já paguei o preço por te amar demais
Enquanto pra você foi tanto fez ou tanto faz
Magoando pouco a pouco me perdendo sem saber
E quando eu for embora o que será que vai fazer

Vai sentir falta de mim
Sentir falta de mim
Vai tentar se esconder coração vai doer


(Alcione)

Trocando em Miúdos

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu

Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter

Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu

Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.


(Chico Buarque)

Super-Herói

Quando você precisar, alguma coisa de mim
É só me telefonar, que eu irei correndo
Meu telefone eu deixei, na cabeceira da cama
Não importa a hora que for me chama
Já não sou mais, seu amor, mas me preocupo contigo
Saiba que sou, seu melhor amigo
Eu sou um super herói, esqueço a dor que me dói
Pra te tirar de qualquer perigo
Não se culpe eu aprendi que o sentimento ninguém, domina
Te agradeço, eu fui feliz, mas o meu sonho de amor termina
Se acaso você chorar e precisar do meu ombro
Estou nos restos do amor, que ficou nos escombros
Mesmo ferido demais eu te direi sempre sim
Chame quando precisar de mim.

(Roberto Carlos)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011


"Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011


"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros."

"Às vezes, quase sempre, eu queria ter o teu colo pra me consolar."

quarta-feira, 2 de novembro de 2011


Um dia talvez você entenda o quanto a sua distração me dói, o quanto esse seu silêncio me rasga.

(Caio Fernando Abreu)
 
"E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo (...) que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era."

(Caio Fernando Abreu)

domingo, 23 de outubro de 2011


Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais.

Melhores Momentos

Como posso explicar para o meu coração
Que você nâo vem mais
Que foi tudo ilusão
Como posso impedir de doer no meu peito
Quando a dor do amor é amor, não tem jeito
Como posso negar todo bem que eu te quis
Como posso esquecer quem me fez tão feliz
Como posso apagar tua imagem de mim
Como posso aceitar que esse amor tenha fim
Eu sei que você vive
A reclamar dos meus defeitos
Mas me castigar dessa maneira eu não aceito
Não pode me acusar de coisas que eu não fiz
Não pode recusar que nos meus braços foi feliz
Eu sei que ainda podemos
Ter um mundo só da gente
Não tente se virar
Quando eu passar na tua frente
Se eu vejo em teu olhar o fogo da paixão
Pra que nos enganar
Ninguém engana o coração
Com você dividi meus melhores momentos
Só depois descobri: sem você não agüento

sábado, 22 de outubro de 2011

 
Que a paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegarei ao meu objetivo mais nobre; aos pés de Zambi maior! Êpa Babá Oxalá.

 Que a vitalidade dos Ibeijis me estimule a enfrentar os dissabores como aprendizado; que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento moral! Onibeijada!

 Que a sabedoria de Nanã me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gera a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim como julgam os insensatos. Saluba Nanã!

 Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais, como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes. Atotô Obaluayê!

 
Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-me a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e me console. Odoyá Yemanjá! 

Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração. Seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me incuta o bom senso. Caô! Caô Cabecilê.

 Que os raios de Yansã alumiem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem de minhas fraquezas. Êpa Hey Oyá!
 
 Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces - que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar - assim seja que eu possa lutar por um objetivo sem arrependimentos. Ora YeYêo Oxum!  

  Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas de meu próprio esforço. Suas flechas caiam à minha frente, às minhas costas, à minha direita e à minha esquerda, cercando-me para que nenhum mal me atinja. Okê Arô Ode!

Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam meu caminho e seu escudo me defenda. Ogum Yê meu Pai!

 Que a irreverência e o desprendimento de Exú me animem a não encarar as coisas da forma como elas parecem à primeira vista e sim que eu aprenda que tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso! Laro Yê Exu!

domingo, 16 de outubro de 2011

Digo a frase maldita
E pra mim pouco importa
Se você acredita
Eu te amo e não temo este amor
Já vou indo vou levando esta dor
Vou em paz
Pois não temo a dor de amar demais.

Minha Fé


Eu tenho um santo
Padroeiro, poderoso
Que é meu pai Ogum
Eu tenho
Tenho outro santo
Que me ampara na descida
Que é meu pai Xangô
Caô
E quem me ajuda
No meu caminhar nessa vida
Pra ir na corrida do ouro
É Oxum, é Oxum

Nas mandingas que a gente não vê
Mil coisas que a gente não crê
Valei-me, meu pai, atotô, Obaluaê
Obaluaê

Por isso que a vida que eu levo é beleza
Não tenho tristeza
Só vivo a cantar, cantar

Cantanto transmito alegria
E afasto qualquer nostalgia
Pra lá, sei lá

E pra quem diga
Que esta minha vida
Não é vida para um ser humano viver
Podes crer

E nas mandingas que a gente não vê
Mil coisas que a gente não crê
Valei-me, meu pai, atotô, Obaluaê

(Zeca Pagodinho)

Melhor Resposta...

Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam.
Quem é você? Do que gosta? Em que acredita? O que deseja? Dia e noite somos questionados, e as respostas costumam ser inteligentes, espirituosas e decentes. Tudo para causar a melhor impressão aos nossos inquisidores. Ora, quem sou eu. Sou do bem, sou honesto, sou perseverante, sou bem-humorado, sou aberto - não costumamos economizar atributos quando se trata da nossa própria descrição. Do que gostamos? De coisas belas. No que acreditamos? Em dias melhores. O que desejamos? A paz universal.

Enquanto isso, o demônio dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim.

A despeito do nosso inegável talento como divulgadores de nós mesmos e da nossa falta de modéstia ao descrever nosso perfil no Orkut, a verdade é que o que dizemos não tem tanta importância. Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz - com todo o respeito - é apenas o que você diz.

Entre a data do nosso nascimento e a desconhecida data da nossa morte, acreditamos ainda estar no meio do percurso, então seguimos nos anunciando como bons partidos, incrementamos nossas façanhas, abusamos da retórica como se ela fosse uma espécie de photoshop que pudesse sumir com nossos defeitos. Mas é na reta final que nosso passado nos calará e responderá por nós.

Quantos amigos você manteve.

Em que consiste sua trajetória amorosa.

Como educou seus filhos.

Quanto houve de alegria no seu cotidiano.

Qual o grau de intimidade e confiança que preservou com seus pais.

Se ficou devendo dinheiro.

Como lidou com tentativas de corrupção.

Em que circunstâncias mentiu.

Como tratou empregados, balconistas, porteiros, garçons.

Que impressão causou nos outros - não naqueles que o conheceram por cinco dias, mas com quem conviveu por 20 anos ou mais.

Quantas pessoas magoou na vida. Quantas vezes pediu perdão.

Quem vai sentir sua falta. Pra valer, vamos lá.

Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras.


(Martha Medeiros)

Ainda sobre separação

A crônica A separação como um ato de amor, resultou em inúmeros depoimentos de leitores. Muitas pessoas me escreveram dizendo que adorariam ter se separado de uma maneira mais cordial, menos violenta, mas que infelizmente não havia sido assim com elas.

Outros disseram que conseguiram chegar a um consenso e manter a amizade e o afeto, tal qual foi descrito no texto. Outros ainda disseram que vivem casados e felizes há 40 anos e esperam jamais precisar passar por um divórcio.
O que importa é que em todos os e-mails encontrei doçura e boa vontade para viver relações mais civilizadas, que possibilitem uma ruptura menos traumática, no caso de um dia ela ser necessária.
Estava tudo assim cor-de-rosa quando entrou o e-mail de uma mulher de uns 30 anos dizendo que separação amigável é irreal. Conversa pra boi dormir. Ex-marido e ex-mulher são sempre uma pedra no sapato. Que o máximo que devemos fazer por eles é tolerá-los em situações em que não haja outra saída.
Era um e-mail enérgico e, por isso mesmo, engraçado, o que me fez lembrar imediatamente de um livro que acaba de ser lançado e que, em vez da visão poética e afetiva do Nas tuas mãos, de Inês Pedrosa, que me serviu de gancho para a primeira crônica, traz uma visão mais ácida do assunto.
Ácida, hilária e também muito verdadeira, porque não existe uma verdade única sobre o tema. O título: O diabo que te carregue!, da ótima Stella Florence.
Stella não esconde de ninguém que 90% do que relata no livro aconteceu com ela. Então misture um depoimento biográfico com pitadas de um humor selvagem e um texto superbem escrito e eis uma obra que será excelente companhia para quem está passando pelo desgaste de uma separação, ou já passou, ou desconfia que vai passar. Riso e reflexão: tem dobradinha melhor para quando se está arrancando os cabelos e vivenciando um apocalipse now?
Em O diabo que te carregue!, o casal não acaba junto, óbvio (livros sobre separação já vêm com o final revelado). Mas apesar de todos os destemperos, mágoas, acessos de fúria, solidão, discussões sobre grana, sobre filhos, raivas contidas e raivas extrapoladas, nota-se que o ex de Stella sobreviveu muito bem à história, tanto que é ele quem escreve o prefácio. É ou não é um mundo civilizado?
Só não é mais civilizado porque a maioria das pessoas ainda tem o costume de se render muito facilmente ao script que nos entregam no berço, sem nos dar chance para bolar outras formas de ser feliz e até outras formas de ser infeliz.
Se todo mundo diz que separação é, obrigatoriamente, um colapso de conseqüências trágicas, lá vamos nós nos comportar como se estivéssemos vivendo as tais conseqüências trágicas, quando talvez estejamos apenas temendo a liberdade da qual nos desacostumamos, mais nada.
Claro que toda separação é um angu, mas há maneiras e maneiras de se lidar com ela. Uns aceitam a tristeza como algo inevitável, temporário e enriquecedor, outros transformam sua dor em catarse coletiva onde o humor e a inteligência vencem no final.
Qual destes roteiros é mais realista? Eu diria que tudo é real, transitório e reversível. Assim como um casamento pode não dar certo, uma separação também pode não dar certo. Não é uma idéia alentadora? 
Gente, nossa separação não deu certo! Volta tudo como era antes.
Melhor do que se preocupar com um happy end ou com um unhappy end é desejar que tudo tenha uma continuidade, estejamos sós ou acompanhados. O livro da Stella é mais ou menos isso: uma caminhada cheia de contratempos até descobrir com alívio, lá no fim, que não há fim, a vida segue.

(Martha Medeiros)

sábado, 15 de outubro de 2011

Quantos antes de mim

O casal começa a namorar, a intimidade aumenta a cada dia, até que um dos dois resolve fazer aquela pergunta infalível, assim, como quem não quer nada: amor, com quantas pessoas você já transou?

É fria. Não responda. Diga que acaba de se lembrar do velório do hamster do vizinho, diga que estão esperando você para organizar a festa de formatura da sua turma, suma e só apareça no dia seguinte. Ou então diga que sofre de amnésia. Amnésia sim, não contei pra você? Não lembro nem o que eu comi ontem...? (e muito menos quem).

A verdade é honrosa, mas nem sempre é necessária. A troco de quê querem saber com quantas pessoas você transou? Ninguém nunca pergunta quantas doações você já fez para entidades assistenciais, não perguntam sobre quantas bicicletas você teve na infância. Por que esse papo agora? Você não vai corresponder às expectativas mesmo.

Se você é homem, solteiro e está na casa dos 30 anos, certamente ela não espera que você seja um monge. Caso você seja, talvez seja boa idéia aumentar um pouquinho seu recorde, para aparentar ser mais desejável. Já se você for um don juan com muita quilometragem, reduza. E se você não tem a menor idéia de com quantas pessoas transou, invente um número de 10 a 20. Não: de 20 a 30. Ah, sei lá, eu disse que era melhor fugir.

Se você é mulher, a complicação é ainda maior. Por mais moderno que seu namorado seja, no fundo, no fundo, ele espera, sim, que você seja uma santa. Não tolera a idéia de ser comparado com os antecessores. Se você disser a verdade, ele vai dizer: Ah, 26? Ótimo, adoro mulheres experientes e sairá da sua casa direto pro bar, em busca de um coma alcóolico. Se você disser que foi só um - e pode muito bem ser verdade - ele vai pensar que você está de gozação, que foram mais de 300. Pesquisas revelam que a maioria das mulheres responde que foram 9. Se é verdade ou não, ninguém sabe, mas a maioria responde 9. Melhor não entrar na casa dos dois dígitos.

A verdade é que ninguém ficará satisfeito com a resposta. Portanto, não pergunte, não responda. Diga que antes de conhecê-la(o) você não viveu e sugira logo uma meia muzzarela, meia calabresa pra encerrar o assunto.

(Martha Medeiros)

Eu vou te contar que você não me conhece...

Eu vou te contar que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza a você ...
Ao fim de tudo você permanece comigo, mais preso ao que eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa...
Você não tem um nome, eu tenho...
Você é um rosto na multidão, e eu sou o centro das atenções,
Mas a mentira da aparência do que eu sou, é a mentira da aparência do que você é.
Por que eu, eu não sou o meu nome, e você não é ninguém...
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca a chegar ao limite possível da aproximação. Através da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre mim e você existe a notícia que nos separa...
Eu quero que você me veja nua, eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada, te denuncia e te espelha...
Eu me delato, tu me relatas...
Eu nos acuso e confesso por nós.
Assim, me livro das palavras
Com as quais você me veste.


(Laura Baptista Leite para a voz de Maria Bethânia)

Ela une todas as coisas

Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar?

Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá …
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar!
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar!
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar.

(Jorge Vercillo)
- Você me emprestou o seu olhar pra eu perceber melhor o que me cercava
- Mas nem assim você percebeu que eu te amava, que eu estava nas tuas mãos. Se você quisesse, mas você não quis
- Eu só me apaixonei pelos homens a quem eu podia magoar
- Eu não me importava de ter sido magoado por você
- Mas eu me importava, e ainda me importo. Você é o meu melhor amigo, meu irmão. Afeto assim é muito raro, é muito precioso pro sexo botar tudo a perder
- Porque que o sexo botaria tudo a perder?
- Porque o sexo subverte, tira a espontaniedade, cria expectativas, confere poder. Não gostaria de te odiar porque você não fez o gesto que eu esperava, nem disse aquilo que eu queria ouvir
- Mas isso não ia acontecer nunca
- Ia sim...ia sim. Nós somos humanos (...)
 

Aqui

Aqui
Eu nunca disse que iria ser
A pessoa certa pra você
Mas sou eu quem te adora
Se fico um tempo sem te procurar
É pra saudade nos aproximar
E eu já não vejo a hora

Eu não consigo esconder
Certo ou errado, eu quero ter você
Você sabe que eu não sei jogar
Não é meu dom representar
Não dá pra disfarçar
Eu tento aparentar frieza mas não dá
É como uma represa pronta pra jorrar
Querendo iluminar
A estrada, a casa, o quarto onde você está
Não dá pra ocultar
Algo preso quer sair do meu olhar
Atravessar montanhas e te alcançar
Tocar o seu olhar
Te fazer me enxergar e se enxergar em mim

Aqui
Agora que você parece não ligar
Que já não pensa e já não quer pensar
Dizendo que não sente nada
Estou lembrando menos de você
Falta pouco pra me convencer
Que sou a pessoa errada.

(Ana Carolina)

Problemas

Qualquer distância entre nós
Virou um abismo sem fim
Quando estranhei sua voz
Eu te procurei em mim
Ninguém vai resolver
Problemas de nós dois.

Se tá tão difícil agora
Se um minuto á mais demora
Nem olhando assim mais perto
Consigo ver porque tá tudo tão incerto
Será que foi alguma coisa que eu falei?
Ou algo que fiz que te roubou de mim ?
Sempre que eu encontro uma saída.
Você muda de sonho e mexe na minha vida

O meu amor conhece cada gesto seu
Palavras que o seu olhar só diz pro meu
Se pra você a guerra está perdida
Olha que eu mudo os meus sonhos,
Pra ficar na sua vida!

(Ana Carolina)