Finalmente criei um blog, mas infelizmente os textos que coloco não são da minha autoria, um dia, quem sabe, me atrevo a escrever alguma coisa.
Estou tentando, ao máximo, ser fiel aos escritores, mas nem sempre consigo, então na incerteza da autoria, estou colocando AD (Autor Desconhecido). Com relação às fotos, estou buscando no Google e não cito as fontes por não saber a quem pertence.
Caso você encontre aqui algum erro de autoria, alguma foto que não posso usar sem citar a fonte, favor comunicar.

Meus beijos e sejam bem vindos!
Virgínia Costa

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Curso de Formação para Homens


OBJETIVO PEDAGÓGICO:
Permite aos homens desenvolver a parte do corpo da qual ignoram a existência, o cérebro.

SÃO 4 MÓDULOS

Módulo 1 : Introdução (Obrigatório)

1. Aprender a viver sem a mamãe (2.000 horas)
2. Minha mulher não é minha mãe (350 horas)
3. Entender que não se classificar para o Mundial não é a MORTE (500 hs)

Módulo 2: Vida a dois

1. Ser pai e não ter ciúmes do filho (50 horas)
2. Deixar de dizer impropérios quando a mulher recebe suas amigas (500 hs)
3. Superar a síndrome do " o controle remoto é meu" (550 horas)
4.. Não urinar fora do vaso (1.000 horas - exercícios práticos em
vídeo)
5. Entender que os sapatos não vão sozinhos para o armário (800 hs)
6. Como chegar ao cesto de roupa suja (500 horas)
7. Como sobreviver a um resfriado sem agonizar (450 horas)

Módulo 3 : Tempo livre

1. Passar uma camisa em menos de duas horas (exercícios práticos)
2. Digerir cerveja, gasosa ou qualquer outra bebida sem arrotar à mesa . (exercícios práticos)

Módulo 4: Curso de cozinha

1. Nível 1 (principiantes - os eletrodomésticos) ON/OFF = LIGA/DESLIGA
2. Nível 2 (avançado) minha primeira sopa instantânea sem queimar a Panela
3. Exercícios práticos - ferver a água antes de por o macarrão


CURSOS COMPLEMENTARES:

POR RAZÕES DE DIFICULDADE, COMPLEXIDADE E ENTENDIMENTO DOS TEMAS , OS CURSOS TERÃO NO MÁXIMO 3 ALUNOS.

1. A eletricidade e eu: vantagens econômicas de contar com um técnico competente para fazer reparos;
2. Cozinhar e limpar a cozinha não provoca impotência nem homossexualidade (práticas em laboratório);
3. Porque não é crime presentear com flores, embora já tenha se casado com ela;
4. O rolo de papel higiênico: Ele nasce ao lado do vaso sanitário? (biólogos e físicos falarão sobre o tema da geração espontânea)
5. Como baixar a tampa do vaso passo a passo (Teleconferência com a universidade de Harvard);
6. Porque não é necessário agitar os lençóis depois de emitir gases intestinais (exercícios de reflexão em dupla);
7. Os homens dirigindo, podem SIM, pedir informação sem se perderem ou correr o risco de parecerem impotentes (testemunhos);
8. O detergente: doses, consumo e aplicação.

Práticas para evitar acabar com a casa;

9. A lavadora de roupas: esse grande mistério!!
10. Diferenças fundamentais entre o cesto de roupas sujas e o chão (exercícios com musicoterapia );
11. A xícara de café: ela levita, indo da mesa à pia? (exercícios dirigidos por Mister M);
12. Analisar detidamente as causas anatômicas, fisiológicas e/ou psicológicas que não permitem secar o banheiro depois do banho.

Carta do Futuro, escrita em 2070



Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85.
Tenho sérios problemas renais, porque bebo pouca água.
Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade. Recordo quando tinha cinco anos tudo era muito diferente.

Havia muitas árvores nos parques.
As casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro por aproximadamente uma hora.
Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele.
Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras.
Agora, raspamos a cabeça para mantê-la limpa sem água.
Antes, meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira.
Hoje os meninos não acreditam que utilizávamos a água dessa forma.

Recordo que havia muitos anúncios que diziam para CUIDAR DA ÁGUA, só que ninguém lhes dava atenção.
Pensávamos que a água jamais poderia terminar. Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aqüíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.
Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.

As infecções gastrontestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte. A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são as principais fontes de emprego e pagam os empregados com água potável em vez de salário.

Os assaltos por um litro de água são comuns nas ruas desertas.
A comida é 80% sintética.
Antes, a quantidade de água indicada como ideal para se beber era oito copos por dia, por pessoa adulta.
Hoje só posso beber meio copo.

A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo.
Tivemos que voltar a usar as fossas sépticas como no século passado porque a rede de esgoto não funciona mais por falta de água.

A aparência da população é horrorosa: corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera.
Com o resecamento da pele, uma jovem de 20 anos parece ter 40.
Os cientistas investigam, mas não há solução possível.
Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores, o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.

Alterou-se a morfologia dos gametas de muitos indivíduos.
Como conseqüência, há muitas crianças com insuficiências, mutações e deformações.

O governo até nos cobra pelo ar que respiramos: 137 m3 por dia por habitante adulto.
Quem não pode pagar é retirado das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar.
Não são de boa qualidade, mas se pode respirar.

A idade média é de 35 anos.

Em alguns países restam manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército.
A água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes.
Aqui não há árvores porque quase nunca chove. E quando chega a ocorrer uma precipitação, é de chuva ácida.

As estações do ano foram severamente transformadas pelas provas atômicas e pela poluição das indústrias do século XX.
Advertiam que era preciso cuidar do meio ambiente, mas ninguém fez caso.

Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando eu era jovem, descrevo o quão bonito eram os bosques. Falo da chuva e das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse.

O quanto nós éramos saudáveis!

Ela pergunta-me:
Papai! Por que a água acabou?
Então, sinto um nó na garganta!
Não posso deixar de me sentir culpado porque pertenço à geração que acabou de destruir o meio ambiente, sem prestar atenção a tantos avisos.

Agora, nossos filhos pagam um alto preço...

Sinceramente, creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.

Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto...Enquanto ainda era possível fazer algo para salvar o nosso planeta Terra!

(Documento extraído da revista biográfica “Cronicas de Los Tiempos” de Abril de 2002)

Os 10 mandamentos das solteiras

1) Se ele se interessou, ele liga !!!!
É isso mesmo, quando o cara quer, não tem projeto importante, morte da tia ou trânsito maluco que impeça de te convidar pra sair.

2) Passou uma semana sem ouvir notícias dele?
Esquece, parte para outra! Ligar para saber se tá tudo bem, nem pensar!
Homem que dá perdido merece ser encontrado morto no apartamento e pelo zelador do prédio, porque os vizinhos não agüentam mais o fedor de carniça...

3) Vocês saíram e ele não ligou mais. Foi porque você deu? Ou foi porque você não deu?
Na verdade, pouco importa. Se o que ele estava a fim era de sexo, e rolou, ótimo!
Sexo é que nem pizza, bom-até-quando-é-ruim, e tal.
Mas se você não deu, ele provavelmente não te procurou mais por que achou que ia dar muito trabalho.
Ou seja, pare de se atormentar porque transou ou não!!!
Duas lições: dar uma de difícil na nossa idade já era !!!
RIDÍCULO é fazer tipinho!!!
E além do mais, você vai se arrepender de ter dado e de não ter dado....

4) Homens comprometidos - diga não!!!
A relação dele tá em crise, péssima, só falta oficializar o fim???
Ótimo! Se ele quiser continuar infeliz, dane-se!
Senão, ele termina de uma vez e depois te procura, combinado?

5) Grana
O cara é ótimo, gostoso, culto, mas ganha uma merreca e ou está desempregado. Tudo bem, você não está atrás do golpe do baú.
Trabalha, paga suas contas, não precisa disso.
Mas não há paixão fulminante que resista a ter que transar sempre em casa, nunca conseguir ir num lugar legal, um jantarzinho bacana, um final de semana em um chalé...
Só ganhar presentes chinfrim (quando ganha!!) e sempre ouvir "Não tenho grana" para tudo.
Isto também NÃO DÁ !!

6) Feio e gente boa
Se ele é feio anda mal arrumado com a calça no meio da bunda todo mulambento ou anda de bota com calça coladinha achando que é o Cawboy do Big Brother... mais em compensação é bonzinho, educado e atencioso... não se iluda com esse traste!!!
Ninguém merece uma vergonha dessa... a menos se você for horrorosa.

7) Ouviu aquela clássica: "Você é boa demais pra mim..."
Acredite, amiga! É mesmo!!!Descarte o cidadão e pare de bancar a Madre Tereza de Calcutá!

8) Vou tentar
Não tente !!!
Não dá pra namorar um cara pelo qual você não tem um mínimo de admiração.

9) Traição
Não continue com um cara que te chifrou se você não aguentar a onda de ser traída de novo.
E olho vivo se ele já foi infiel com outras.
A gente sempre acha que com a gente vai ser diferente...
ESQUEÇA!!! Nunca é !

10) E NÃO esqueça... A "FILA ANDA"!!! "
Pior do que nunca achar o homem certo, é viver pra sempre com o homem errado.

(Autor desconhecido)

O amor que a vida traz

Você gostaria de ter um amor que fosse estável, divertido e fácil. O objeto desse amor nem precisaria ser muito bonito, nem rico. Uma pessoa bacana, que te adorasse e fosse parceira já estaria mais do que bom. Você quer um amor assim. É pedir muito? Ora, você está sendo até modesto.

O problema é que todos imaginam um amor a seu modo, um amor cheio de pré-requisitos. Ao analisar o currículo do candidato, alguns itens de fábrica não podem faltar. O seu amor tem que gostar um pouco de cinema, nem que seja pra assistir em casa, no DVD. E seria bom que gostasse dos seus amigos. E precisa ter um objetivo na vida. Bom humor, sim, bom humor não pode faltar. Não é querer demais, é? Ninguém está pedindo um piloto de Fórmula 1 ou uma capa da Playboy. Basta um amor desses fabricados em série, não pode ser tão impossível.

Aí a vida bate à sua porta e entrega um amor que não tem nada a ver com o que você queria. Será que se enganou de endereço? Não. Está tudo certinho, confira o protocolo. Esse é o amor que lhe cabe. É seu. Se não gostar, pode colocar no lixo, pode passar adiante, faça o que quiser. A entrega está feita, assine aqui, adeus.

E agora está você aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada um amor idealizado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e em êxtase. Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exige, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite chega e esse amor perdura, um amor movido por discussões que você não esperava enfrentar e por beijos para os quais nem imaginava ter tanto fôlego. Um amor errado como aqueles que dizem que devemos aproveitar enquanto não encontramos o certo, e o certo era aquele outro que você havia solicitado, mas a vida, que é péssima em atender pedidos, lhe trouxe esse e conforme-se, saboreie esse presente, esse suspense, esse nonsense, esse amor que você desconfia que não lhe pertence. Aquele amor em formato de coração, amor com licor, amor de caixinha, não apareceu. Olhe pra você vivendo esse amor a granel, esse amor escarcéu, não era bem isso que você desejava, mas é o amor que lhe foi destinado, o amor que começou por telefone, o amor que começou pela Internet, que esbarrou em você no elevador, o amor que era pra não vingar e virou compromisso, olha você tendo que explicar o que não se explica, você nunca havia se dado conta de que amor não se pede, não se especifica, não se experimenta em loja – ah, este me serviu direitinho!

Aquele amor corretinho por você tão sonhado vai parar na porta de alguém que despreza amores corretos, repare em como a vida é astuciosa. Assim são as entregas de amor, todas como se viessem num caminhão da sorte, uma promoção de domingo, um prêmio buzinando lá fora, mesmo você nunca tendo apostado. Aquele amor que você encomendou não veio, parabéns! Agradeça e aproveite o que lhe foi entregue por sorteio.

(Martha Medeiros)

Não se esqueça de mim


Onde você estiver, não se esqueça de mim
Com quem você estiver não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Mesmo que exista outro amor que te faça feliz
Se resta, em sua lembrança, um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Quando você se lembrar não se esqueça que eu
Que eu não consigo apagar você da minha vida
Onde você estiver não se esqueça de mim.


(Roberto Carlos / Erasmo Carlos)

A Distância


Nunca mais você ouviu falar de mim
Mas eu continuei a ter você
Em toda esta saudade que ficou...
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci.

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.

O que restou do nosso amor ficou
No tempo, esquecido por você...
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci.

Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci

(Roberto Carlos / Erasmo Carlos)

Soneto do teu corpo


Juro beijar teu corpo sem descanso
Como quem sai sem rumo prá viagem.
Vou te cruzar sem mapa nem bagagem,
Quero inventar a estrada enquanto avanço.

Beijo teus pés, me perco entre teus dedos.
Luzes ao norte, pernas são estradas
Onde meus lábios correm a madrugada
Pra de manhã chegar aos teus segredos.

Como em teus bosques. bebo nos teus rios.
Entre teus montes, vales escondidos.
Faço fogueiras, choro, canto e danço.

Línguas de lua varrem tua nuca.
Línguas de sol percorrem tuas ruas.
Juro beijar teu corpo sem descanso.


(Leoni / Moska)

A tigela de madeira


Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.

A família comia reunida à mesa.

Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.

O filho e a nora irritaram-se com a bagunça. - "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho. - "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.

Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.

O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:

- "O que você está fazendo?"

O menino respondeu docemente:

- "Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer"

O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.

Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

(Autor desconhecido)

Canção na plenitude


Não tenho mais os olhos de menina nem corpo adolescente, e a pele translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura agrandada pelos anos e o peso dos fardos bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo o que perdi: dou-te os meus ganhos.

A maturidade que consegue rir quando em outros tempos choraria, busca te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada.

Posso dar-te muito mais do que beleza e juventude agora: esses dourados anos me ensinaram a amar melhor, com mais paciência e não menos ardor, a entender-te se precisas, a aguardar-te quando vais, a dar-te regaço de amante e colo de amiga, e sobretudo força — que vem do aprendizado.

Isso posso te dar: um mar antigo e confiável cujas marés — mesmo se fogem — retornam, cujas correntes ocultas não levam destroços mas o sonho interminável das sereias.

(Lya Luft)
Do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.

Viver


Mas era apenas isso,
era isso, mais nada?
Era só a batida
numa porta fechada?

E ninguém respondendo,
nenhum gesto de abrir:
era, sem fechadura,
uma chave perdida?

Isso, ou menos que isso,
uma noção de porta,
o projeto de abri-la
sem haver outro lado?

O projeto de escuta
à procura de som?
O responder que oferta
o dom de uma recusa?

Como viver o mundo
em termos de esperança?
E que palavra é essa
que a vida não alcança?

(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Carta (1)


Meu amado e saudoso,

Faz tanto tempo desde a sua partida e ainda sinto sua presença a meu lado, veja só, você me transformou numa viúva que dá trela a fantasmas. Ainda converso com vc quando estou na cozinha lavando meu único prato, meu único copo e meu par de talheres, quase posso enxergá-lo sentado aqui nesta mesa de fórmica fumando seu último cigarro e divertindo-se com minhas tagarelices antes de se deitar. Mas hoje já não tenho tanta vontade de conversar, não consigo acompanhar o ritmo da Valéria nas poucas vezes em que ela aparece para uma visita. Ela fica me corrigindo todo hora, não tem a menor paciência comigo. Está uma quarentona muito bonita. Mas dura.

Sorte sua não ter envelhecido, é a única vantagem de a morte ter lhe buscado aos 58. Você não precisou passar pelo constrangimento de virar um idoso nesta terra de apressados. Ninguém me olha, e quando me olham não enxergam minha precariedade. Exigem de mim rapidez na fala, no caminhar, no raciocínio, como se eu fosse lenta por implicância, como se eu tivesse prazer em hesitar. Valéria fica irritada por eu não ser mais a mulher ágil que fui antigamente. Não sei se ela percebe o quanto me cobra. Esta menina não se convence de que, se tanto repito e gaguejo, não é pelo prazer de torturá-la. Querido, me sinto envergonhada por estar tão enferma sem estar doente. O nome disso é decadência. Não controlo mais as minhas vacilações. Sou um corpo a serviço da humilhação.

Você não precisou passar por esta injustiça divina. Vou contar como é. Tenho o dia inteiro para escrever e você uma eternidade par me escutar.

Esquecida eu sempre fui, não é de agora. Moça ainda, trocava o nome das pessoas e o nome das coisas, lembra como você de mim? Ficou sendo o meu charme. Mas hoje me assusto. As palavras não me chegam. Em certos momentos estou com elas prontinhas na boca, mas desaparecem no instante em que vou falar. Somem sem dar-me a chance de um adeus. E, junto com elas, some todo o meu pensamento, toda a razão da conversa. Fico como uma pateta no meio do caminho, sem concluir o que havia iniciado. Disfarço, mas não gostaria de disfarçar, queria que todos prestassem bem atenção em como isso acontece e entendessem que não é de propósito que eu não completo minhas frases, não é de propósito que ando devagar, não é de propósito que meu cheiro não é agradável. Não estou querendo punir ninguém com a minha velhice.

Quando eu era bem menina, brincava com minha irmã de esconder pequenas coisas em uma das mãos. Cruzava os dois braços atrás das costas e pedia para ela escolher: adivinha em que mão está a tampinha, adivinha em que mão está a moeda. Ela escolhia um dos braços, eu trocava o objeto de mão caso ela tivesse acertado e só então mostrava a minha palma aberta e vazia: errou.

Sinto como se Deus tivesse feito a mesma brincadeira comigo. Cruzou os seus dois braços por trás e pediu que eu escolhesse. Só que não havia tampinha, não havia moeda. A escolha que Ele me deu foi entre a morte e a velhice. Melhor envelhecer, evidente. Minha opção é por viver até quando der. Mas eu desejava um terceiro braço, uma alternativa menos incômoda: a lucidez intacta. Sem nenhuma armadilha. Sem lapsos. Sem o afinamento da minha pele – estou ficando transparente! E sem os joelhos fracos. Você não sabe a importância de um corrimão. Não faz idéia.

Valéria reclama das minhas roupas, me acusa de ter perdido a vaidade. É engraçada esta menina. Não se dá conta de que não há mais lojas que atendam às minhas necessidades, não percebe o tamanho dos meus ombros, dos meus quadris. E a danada foge do meu abraço, me beija rápido com receio de que eu a retenha junto À minha face, e eu a reteria mesmo se isso não lhe provocasse tanto asco. Ela se justifica dizendo que exagero no perfume.

Não lembro se eu era tão rigorosa com minha mãe. Morreu depois de você, ao redor dos 90, e não me atrapalhou a vida, nem me afrontou com seu definhamento, até onde recordo. Se bem que, depois que as mães se vão, como não absolvê-las? Valéria retruca, diz que eu era igualzinha, sem tirar nem pôr: impaciente ao falar com mamãe ao telefone e queixosa de suas manias, principalmente da sua avareza. Mas creio que fui atenciosa com ela, tratava-a com cuidado e calma, entendia suas limitações. Tenho quase certeza que sim.

Ganhei um colar lindo no meu último aniversário. Gerusa me deu – está viva ainda! Outro dia vi no obituário do jornal o nome de uma Gerusa e pensei: lá se foi mais uma de nós. Afinal, não são tantas as Gerusas na cidade. Mas não era ela. Obituário é vício, minha diversão mórbida e secreta. Antes eu me chateava ao ver os nomes das minhas ex-colegas nas participações de falecimento, ou os de seus amigos, mas agora penso: “antes ele do que eu”. E quando é alguém que mereça que eu dê uma passadinha no velório, quase agradeço essa morte que me tira um pouco de casa e me distrai. Quase nunca saio. Não sei onde usar o colar que Gerusa comprou para mim. Quando o mostrei para Valéria, pude perceber em suas feições que ela considerava um desperdício um colar tão moderno e vistoso repousar numa gaveta, ou, alternativa pior, no colo amarfanhado de uma velha. “Vai ser seu”, eu disse a ela, sorrindo. Ela respondeu “eu sei”, sorrindo mais ainda, e fiquei impressionada ao ver como podemos ser civilizadas e brincalhonas diante do terror.

Você nunca ficou doente. Nunca mesmo, que eu me lembre. Eu também não estou com nenhuma doença séria, os médicos me fazem agrados, pedem exames e depois de avaliarem o resultado me chamam de garota, fingem que sou imortal, mas tudo me dói, cada dia surge uma pontada em um lugar diferente do corpo, e estas são as que me inquietam, as dores móveis. As fixas, que latejam sempre no mesmo lugar, são como se fossem da família. Sentiria falta delas caso me deixassem.

Que bom que você escapou. Nunca saberá como é duro despedir-se de si mesma todas as noites, antes de dormir, temendo falecer sozinha durante o sono. Mas não virei uma anciã trágica, no fundo, sei que vou acordar amanhã, nem que seja para escrever longas cartas pra você, que me acompanha mais com sua ausência serena do que aqueles que me escutam mais ou menos, sempre de olho no relógio.

Até breve.

Clô


(Carta do livro “Tudo que eu queria te dizer” da Martha Medeiros)

Carta (2)


Raul,

Sei bem do que você vai me chamar. Louca. Não será a primeira vez, mas agora talvez tenha um motivo, basta que leia esta carta até o fim. De louca você me acusará e tem a prova nas mãos.

Tive um sonho esta noite. Eu caminhava entre uma multidão e, na direção contrária, vinha um homem. Ele trazia uma mochila nas costas. Nossos olhos se cruzaram e eu tive certeza de que era ele. Que seria meu. Que era o amor que eu aguardava. Tinha um rosto familiar. Era o irmão de uma amiga da adolescência. Eu vi o irmão dessa garota apenas uma vez na vida, aos 15 anos. Não entendo, nunca troquei palavra com esse cara, nunca mais o vi depois dos 15, nem de perto, nem de longe. Não sei se hoje é casado, gay, bispo, em que país vive, e se vive ainda. Lembro apenas do seu nome. João. Eu e João trocamos um olhar penetrante no meu sonho, então ele passou por mim, e eu por ele, cada um no seu caminho. Alguns passos adiante, virei pra trás, olhei, ele estava olhando também, mas nenhum de nós parou. Até que percebi que estava com a mochila dele em minhas mãos, e minha bolsa havia sumido. Não havia explicação. Voltei correndo para procurar minha bolsa, e para procurá-lo. O ambiente parecia uma estação ferroviária. Cruzamos outra vez. Ele estava com a mochila dele. E minha bolsa estava comigo. Sonhos são desse jeito.

Dali em diante, não nos desgrudamos mais. Ele me pegou pela mão, me levou para algum lugar. As mãos dele nas minhas. Como se já fôssemos namorados. Antes de qualquer palavra. Então eu disse a ele — e foi a única coisa dita: se isso tudo acabar agora, vai ter valido a minha vida. E o beijei.

Dormindo, senti aquele beijo como se João estivesse inteiro dentro da minha boca. Foi um beijo cheio. Longo. Delicioso. Um beijo enorme, um beijo doce. Quente. Sexy. Meu corpo reagiu, fiquei excitada, nesse instante houve uma fusão entre sonho e realidade, enquanto o beijava eu pensava: não acorde, não acorde. Mas esse breve instante de consciência me despertou. E eu já não era a mesma.

Raul, foi só um sonho. Mas com uma carga de certeza que me perturba e dói. Eu sou aquela mulher do sonho, atrás de um amor, encontrando um amor, e o perdendo para minha rotina matinal: acordar, tomar banho, levar as crianças ao colégio, trabalhar, almoçar, morrer.

Eu vou atrás dele, Raul. Não vou fazer terapia, não vou me afogar em uísque, não vou descontar minhas frustrações em você, não vou comprar roupa nova, não vou cortar o cabelo, não vou tomar remédio para dormir, não vou esperar as crianças crescerem. Eu vou atrás dele. Desse homem que nunca conheci de fato, mas que existe de outra forma, que existe com outro rosto e outro nome, que existe no meu futuro, se o futuro eu permitir que aconteça. Não quero mais o presente, não quero mais a paralisia, o pra sempre. Alguém espera por mim. Alguém não vê a hora de eu chegar. Eu não vejo essa hora. Daqui, não alcanço esse sonho. Eu me vou.

Não é o momento de falar sobre coisas práticas. Se estivéssemos conversando pessoalmente, além de me agredir, você faria perguntas irritantes: e nossos filhos, nosso dinheiro, nosso apartamento, como explicaremos, como faremos, e nossa reputação, e nossa viagem de final de ano? Esqueça tudo isso. Me enxergue. Eu preciso daquele beijo antes que não seja mais capaz.

Não quero amantes. Não quero a mentira. E nem o sonho quero mais. Eu necessito daquele beijo para seguir acordando todas as manhãs. Senão, vou desejar dormir cedo todos os dias, fugindo para poder extrair do imaginário uma vida que não tenho. Aquele beijo me despertou para o meu vazio. Quero um amor dentro da minha boca.

Raul, antes de chamar um advogado, sente no sofá com esta carta nas mãos e chore por mim, me sinta, faça um esforço para ir além das questões burocráticas de um casamento. Me reconheça ímpar. Impaciente. Só. Muito antes de louca. Muito antes e muito mais. Louca é pouco.

Vou passar o final de semana fora, sozinha. E, quando voltar, as perdas serão calculadas, as malas serão fechadas, as crianças serão preservadas e as vidas seguidas.

E eu, então, irei atrás do meu instante.

Renata


(Carta do livro “Tudo que eu queria te dizer” da Martha Medeiros)

O direito ao Foda-se


Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não''! E tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade ''Não, absolutamente não!'' O substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porranenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do ''foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.". Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".

O direito ao ''foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.

Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE.

(Autor Desconhecido)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Resposta ao Tempo


Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento

Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

(Aldir Blanc / Cristovão Bastos)

Você pediu e eu já vou daqui.


Você pediu e eu já vou daqui
Nem espero pra dizer adeus
Escondendo sempre os olhos meus
Chorando eu vou, tentei lhe falar,
você nem ligou

Eu nunca consegui me explicar
Por que você não quis me ouvir falar
E deixo todo meu amor aqui
Jamais eu direi, que me arrependi
Pelo amor que eu deixar

Mas da saudade eu tenho medo
Você não sabe eu vou contar todo segredo
Esses caminhos eu conheço
Andar sozinho eu não mereço
E você há de entender, a gente tem que ter
alguém pra viver

Se você quer eu vou embora
Mas também sei que não demora
Você é criança e vai chorar
Só então vai conpreender
que muito amor eu dei
E eu quero ver, você lamentando
meu nome chamar

E quando um dia isso acontecer
De você querer voltar pra mim
O meu perdão eu vou saber lhe dar
E jamais eu direi, que um dia
você conseguiu me magoar

Eu nunca consegui me explicar....

(Antônio Marcos)

Viver é arriscar sempre!


Em geral as pessoas morrem em torno dos 30 anos e são sepultadas por volta dos setenta. Levam quarenta anos para os outros perceberem que aquelas pessoa está morta. Lembre-se: a vida é sempre uma incerteza. Somente o que é morto é certo, fixo, sólido. Tudo o que está vivo muda sempre e se movimenta, é fluido, flexível, capaz de se mover em qualquer direção.

Quanto mais você se torna inflexível, mais está perdendo a vida. Viver é arriscado. Morrer é que não tem nenhum risco. Viver é sempre perigoso. Viver significa conviver com o desconhecido. Morrer, é muito, muito mais seguro. Não há lugar mais seguro que um túmulo. Nenhum acidente pode acontecer a quem está morto.

Deseje a insegurança pois isso é desejar a vida. Busque a insegurança e a mudança.

Procure os caminhos ainda não trilhados e navegue por mares ainda não navegados, porque esse é o caminho da vida.

O crescimento é sempre um jogo arriscado. Às vezes a pessoa tem que perder aquilo que conhece em troca de algo que ainda não conhece.

Na vida real não há segurança total. Exceto a certeza da morte. E esta é a beleza da vida. É por isso que há tanta emoção.

O sucesso na vida só é alcançado por um alto preço. O risco é o preço. Pague esse preço.

“Veja se você não está buscando, demasiadamente, uma segurança total na vida que só a morte é capaz de proporcionar.
Lembre-se que viver é arriscar!”


(Luiz Almeida Marins Filho, Ph.D.)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Vou embora!

Provavelmente eu te olharia mais uma vez e veria que você não se importaria se eu de repente sumisse e te desse o sossego que eu nunca quis dar; e te desse toda aquela paz e felicidade que talvez você sentisse quando eu não estava por perto para apreciar seus movimentos, suas reações. Isso era tudo que eu não queria ver nos seus olhos, e era tudo que eu simplesmente via.

Eu não fazia, enfim, o bem que você me fazia. E isso parecia desagradável os meus olhos...como poderia ser assim, tão bom e ruim ao mesmo tempo? tão confortável e desconfortável? Aceitável e rejeitável? Eu parecia egoísta demais a ponto de não ver como você se sentia nessa situação...

Enfim, eu decido partir. Esquecer e não lembrar, nunca. Supondo que tudo para você fique melhor do que comigo vá ficar; é o mínimo que eu posso fazer vendo você sofrer e me fazendo sofrer. E por mais que isso doa, talvez seja melhor, talvez me faça bem...talvez você não demore a esquecer...e talvez no próximo minuto você ache outro alguém que pareça menos complicado, menos difícil, menos ignorado, menos carente; mais tolerável e mais romântico. E esse alguém é o inverso de mim.

Fujo então da tua visão, abandono todo o espaço que eu desejei por todos os dias preencher em tua vida...Espaços que agora eu prefiro deixar em branco...é o máximo que eu consigo fazer...deixar que você não me machuque, e não se machuque. É o fim.

Eu nunca vi com os seus olhos.

(Autor desconhecido)

Vampiros


Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo.

Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne.

Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.

Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.

(Martha Medeiros)

O contrário do amor


O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

(Martha Medeiros)
 

A separação como um ato de amor


É sabida que a dor advém de qualquer separação, ainda mais da separação de duas pessoas que se amaram muito e que acreditaram um dia na eternidade deste sentimento. A dor-de-cotovelo corrói milhares de corações de segunda a domingo — principalmente aos domingos, quando quase nada nos distrai de nós mesmos — e a maioria das lágrimas que escorrem é de saudade e de vontade de rebobinar os dias, viver de novo as alegrias perdidas.

Acostumada com esta visão dramática da ruptura, foi com surpresa e encantamento que li uma descrição de separação que veio ao encontro do que penso sobre o assunto, e que é uma avaliação mais confortante, ao menos para aqueles que não se contentam em reprisar comportamentos padrões. Está no livro “Nas tuas mãos”, da portuguesa Inês Pedrosa.

“Provavelmente só se separam os que levam a infecção do outro até aos limites da autenticidade, os que têm coragem de se olhar nos olhos e descobrir que o amor de ontem merece mais do que o conforto dos hábitos e o conformismo da complementaridade.”

Ela continua:

“A separação pode ser o ato de absoluta e radical união, a ligação para a eternidade de dois seres que um dia se amaram demasiado para poderem amar-se de outra maneira, pequena e mansa, quase vegetal.”

Calou fundo em mim esta declaração, porque sempre considerei que a separação de duas pessoas precisa acontecer antes do esfacelamento do amor, antes de se iniciarem as brigas, antes da falta de respeito assumir o comando. É tão difícil a decisão de separar que vamos protelando, protelando, e nesta passagem de tempo se perdem as recordações mais belas e intensas. A mágoa vai ganhando espaço, uma mágoa que nem é pelo outro, mas por si mesmo, a mágoa de se reconhecer covarde. E então as discussões se intensificam e quando a separação vem, não há mais onde se segurar, o casal não tem mais vontade de se ver, de conversar, quer distância absoluta, e aí se configura o desastre: a sensação de que nada valeu. Esquece-se o que houve de bom entre os dois.

Se o que foi bom ainda está fresquinho na memória afetiva, é mais fácil transformar o casamento numa outra relação de amor, numa relação de afastamento parcial, não total. Se os dois percebem que estão caminhando para o fim, mas ainda não chegaram no momento crítico — o de se tornarem insuportavelmente amargos — talvez seja uma boa alternativa terminar antes de um confronto agressivo. Ganha-se tempo para reestruturar a vida e ainda se preserva a amizade e o carinho daquele que foi tão importante. Foi, não. Ainda é.

“Só nós dois sabemos que não se trata de sucesso ou fracasso. Só nós dois sabemos que o que se sente não se trata — e é em nome deste intratável que um dia nos fez estremecer que agora nos separamos. Para lá da dilaceração dos dias, dos livros, discos e filmes que nos coloriram a vida, encontramo-nos agora juntos na violência do sofrimento, na ausência um do outro como já não nos lembrávamos de ter estado em presença. É uma forma de amor inviável, que, por isso mesmo, não tem fim.”

É um livro lindo que fala sobre o amor eterno em suas mais variadas formas. Um alento para aqueles — poucos — que respeitam muito mais os sentimentos do que as convenções.

(Martha Medeiros)

Meu amor próprio


Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!

(Charles Chaplin)

Para o amor não vivido.


Para o amor não vivido deixo as saudades dos beijos não dados, dos momentos não compartilhados e das brigas que não tivemos.

Do amor não vivido ficaram as marcas de amor não feito, dos olhares e apelidos não dados e das noites que viraram dia sem se ver. Fica a saudade do que não foi, e daquilo que não vai ser.

Do amor não vivido restaram as lembranças do sonho, do sorriso, da lágrima e do gozo, restou a utopia, restou o amor que ficou encostado no canto, porque houve medo. Porque o coração virou pedra, e não fui eu que o transformei.

Do amor não vivido, não viverei mais, do amor que se escolheu abandonar, deixo para a razão e que ela cuide dele se puder, ou esqueça-o, e que este não se torne pedra no meu coração. Que não seja hiato.

Ao amor não vivido desejo sorte, desejo paz e sobretudo amor. E que viva, que viva e que viva de novo e seja você flor de novo no coração de quem a merecer, que seja sorriso e que seja pleno.

E que viva enfim o amor.

(Autor desconhecido)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Descontruções


Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.

Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.

Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia. Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.

A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.


(Martha Medeiros)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Não domino mais....


Não domino mais o meu coração
Já não sou mais o dono de mim.
Perto de você tenho a sensação que estou preso e não quero fugir..
Não posso conter a minha paixão, quando sinto você me tocar
Não sei controlar minhas emoções
Eu adoro o seu jeito de amar
Eu gosto demais de tudo que você faz
Em tudo eu sou seu fã
Eu gosto do seu jeito de sentir prazer
Eu gosto demais do modo que me seduz
Do jeito que me possui
Por isso é que não posso viver sem você!

(Autor desconhecido)

Eu quero ser possuída por você


Eu quero ser possuída por você,
Pelo seu corpo,
Pela sua proteção
e pelo seu sangue.
Me ama,
Eu quero que você me ame e
fique eternamente me amando dentro de mim,
com sua carne e o seu amor.
Eternamente, infinitamente dentro de mim,
me envolvendo,
me decifrando,
me consumindo e me revelando.

Como uma tarde dentro do elevador no verão
voltando da praia, e você me abraçou e eu te abracei.
Quanto mais eu me entregava, mais nascia o meu desejo,
mais sobrava só o desejo e mais eu te
Queria sem palavras e sem pensamentos.

A vida inteira resumida só no desejo da tua boca
dizendo o meu nome, da tua mão conduzindo a minha mão,
Do teu corpo revelando o meu corpo como se o mundo fosse pela primeira vez.
Você, meu ponto de referência nessa cidade !

(Autor descoonhecido)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Homem não gosta de mulher fácil!


Ser solteira é realmente desafiador e um constante aprendizado emocional. Aprender algumas coisas pode ser bem doloroso e eu acredito que a lição mais complexa, para a maioria das mulheres, é justamente aquela que as meninas da minha geração cresceram ouvindo: “Seja difícil. Se dê valor”. (Hummm, eu tenho a impressão que isso é bem mais velho do que eu, mas não tenho certeza).

Tá certo, sr. Gênio da Sabedoria Popular Masculina. Mas já parou pra reparar no número de mulheres no mundo? Já deu uma olhadinha na nossa concorrência? Pois é girls, infelizmente, essa é a desculpa que usamos, porque no fundo este é o nosso medo. Com tanta mulher por aí, achamos melhor demonstrar logo pro cara que estamos na dele ou outra faz na frente.

Bom linda, eu tenho que ser sincera com você. Homem não gosta de mulher fácil. E por mais que a maioria diga que hoje em dia isso não tem nada a ver, que as mulheres devem fazer o que estão com vontade mesmo... no fundo, isso é só mais um papinho furado pra te levar pra cama.

Você vai dizer: “Van, que pensamento ultrapassado. O mundo não é mais assim. As pessoas tem liberdade sexual”. Ok amiguinha soltinha na vida, continue pensando assim e soltinha permanecerá fo-re-ver! Não adianta arranjar desculpas amore, como diz mamãe, contra fatos não há argumentos. Believe me, eu sou uma criatura que adora experimentar jeitos diferentes de conquistas, já tentei de um tudo... E ser fácil, não funciona.

Vamos à cena, porque eu adoro construir as cenas nas nossas cabeças (tão divertido!).

Você está arrasando de linda, num pretinho básico que é, pelo menos, um número abaixo do seu manequim. Comprou aquele sutiã com enchimento, que dá uma levantada no “astral”.

Chega na balada com as 5 amigas, e já bate um raio-x do lugar: “Que merda, mais mulher do que homem” ou “Opa, to com sorte, só tem homem nesse lugar”. Primeiro, passadinha rápida no banheiro pra baixar a juba que tomou vento na fila da balada e pra discutir o diagnóstico do raio-x com as amigas. Um minuto solene pra falar mal de algum cafo atual. As promessas de uma noite ótima. Aqueles gritinhos de sempre. E pronto. Let’s party!

Na verdade, deveriam ter letreiros enormes nas portas das baladas: WELCOME TO THE JUNGLE. Sim, porque aquilo que a geração da minha avô conheceu como “flerte”, e que era gostoso (pelo menos é o que ela diz, rs) e tal, está mais para uma disputa desenfreada de território, atenção etc. Tem aquela parada do pavão né?! Mas até no reino animal, é o macho que “pavaneia”. A gente faz tudo errado.

Geralmente é assim, você escolhe um alvo. Pega uma bebida e vai dançar perto dele, com pelo menos duas amigas da turma (pra ele pensar que você é super legal, super descolada, cheia das amigas.... hahahaha, fala sério, duas???). Você ri alto, dança até o chão, tropeça em cima dele, fixa o olhar por 45 minutos seguidos... Pouts, só falta virar estrelinha na frente dele, com pompons, pra ver se ele te enxerga.

Girl, muito provavelmente, ele já notou que você está afim dele. E ele sabe que, se não conseguir ficar com aquela menina linda (que ainda nem viu que ele está ali, mas pra qual ele não para de olhar) que está dançando, conversando, se divertindo sem se preocupar com o resto do universo, ele pode facilmente ficar com você.

A questão bonitona é que ser fácil traz uma conseqüência muito dolorosa. Você é usada. E ser usada significa que mais cedo, ou mais tarde, você será descartada. Existe uma diferença enorme entre aquilo que a gente conquista e aquilo que a gente usa. Se você, mulher, tem consciência disso, imagine só os homens que são criaturas biologicamente feitas pra conquistar?

Mas ser difícil também não é um jogo. Você só conseguirá essa proeza quando entender que merece ser conquistada, que é bom (só pra variar) ser desejada ao invés de ficar desejando. Na boa darling, se admire. Minha mãe sempre me diz que os homens gostam das mulheres que “se acham a tal”. Essas mulheres conseguem dizer pra eles através de um olhar: “Hey baby, prove-me porque eu deveria ficar com você hoje?” Pronto, isso é o necessário pra despertar no bonitão o instinto “conquistador”.

Tá com auto-estima no pé? Ok, eu vou te ajudar. Aqui em casa (não sei se comentei, tenho 4 irmãs, sim só mulheres) nós usamos a estratégia do pombo, acredito que dá pra começar por aqui. Coloque uma roupa que faça você se sentir realmente bonita (não gostosona). Daí filhinha, ao entrar no lugar: bunda empinada, peito pra frente e cabeça erguida. Exatamente como o pombo. Entenda linda, os outros é que vão olhar pra você, não você para os outros. A postura do pombo, de alguma forma miraculosa, faz qualquer coisa na nossa cabeça que interfere na nossa atitude, pode apostar. Você passa a ficar mais “se achona”, como diz minha sobrinha de 6 anos.

Você realmente não precisa estar se sentindo a mulher-maravilha pra começar a agir como tal. Vou te contar um segredo valioso, as pessoas sempre nos vêem da maneira como determinamos que elas nos vejam. Sendo assim, adote uma postura “se achona” (mas cuidado, não se torne metida. É bem diferente), independente da maneira como você está se sentindo. Você acabará descobrindo que ser valorizada era o mínimo que você merecia há muito tempo.

Bom, eu falei, falei, falei.... tudo pra falar o que meu avô dizia em duas frases. “Mulher tem que ser difícil. Se dê valor”. Percebe? Não tem tanto mistério assim. Prepare-se bonitona, seu cara de marido está por aí, maluquinho pra te conquistar. Você não vai entregar o ouro de mão beijada, vai?

Eu não vou!

(Vanessa Almeida)