Finalmente criei um blog, mas infelizmente os textos que coloco não são da minha autoria, um dia, quem sabe, me atrevo a escrever alguma coisa.
Estou tentando, ao máximo, ser fiel aos escritores, mas nem sempre consigo, então na incerteza da autoria, estou colocando AD (Autor Desconhecido). Com relação às fotos, estou buscando no Google e não cito as fontes por não saber a quem pertence.
Caso você encontre aqui algum erro de autoria, alguma foto que não posso usar sem citar a fonte, favor comunicar.

Meus beijos e sejam bem vindos!
Virgínia Costa

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

É mais fácil engolir regras do que enfrentar a si mesmo!


Conceitos e regras que definem dois extremos, tais como “certo” ou “errado”, “bom” ou “ruim” e “vítima” ou “vilão” servem muito mais para nos acomodar numa posição engessada e estagnante do que para nos impulsionar em direção ao amadurecimento tão essencial em nossos relacionamentos.

Outro dia, estava me questionando sobre o que – no mais profundo íntimo – faz as pessoas sentirem tanta dor ao serem traídas ou tanta culpa (ainda que inconscientemente) ao ficar com outra pessoa...

E para começar a minha reflexão, me pareceu muito óbvio à serviço de que estão dor e culpa. Quando nos sentimos traídos ou traidores, todas as nossas convicções ficam estremecidas e nos vemos diante de nós mesmos, tendo de encarar nossas escolhas, questionar nossos sentimentos e revisar nossos valores.

Este intenso e importante exercício é o que nos remete à dor e à culpa, porque nos damos conta do quanto ainda temos a descobrir sobre nós mesmos; o quanto ainda somos tomados por sentimentos pequenos, mesquinhos e limitantes, como posse, orgulho, tentativa de controlar o outro e a vida, inveja, insegurança, falta de auto-estima, de compreensão, etc.

Entretanto, é tão mais fácil justificar o que sentimos a partir da atitude do outro – seja a que nos colocou na posição de traídos; seja a que nos parece ter nos motivado a trair, pois tudo o que queremos é que a responsabilidade não recaia diretamente sobre nós e nossos próprios desejos e atitudes...

Mas justificar o que somos – ou o que não somos – a partir do outro é o que temos feito sempre! Chega! Está na hora de começarmos a assumir que somos e fazemos e sentimos aquilo – e somente aquilo – que nossa maturidade nos permite!

São características como inteligência emocional, autoconhecimento e disponibilidade para aprender que fazem com que sejamos ou não maduros o suficiente para tomar as rédeas de nossas vidas e fazer escolhas mais coerentes e conscientes, facilitando a superação da dor e da culpa e, especialmente, a reincidência da felicidade.

Vivenciar situações complexas como traição inevitavelmente nos coloca diante de tudo o que temos sido e do quanto temos investido naquilo em que desejamos nos tornar. Sobretudo, porque resvala em questões como a legitimidade da busca do prazer e do bem-estar.

Por isso, exige de nossa parte – para serem compreendidas e discutidas tais vivências de modo produtivo – mais do que um enfoque moral. Seu peso e importância (para aceitação ou negação) recaem sobre a visão de cada um e de cada casal, a cada instante da relação.

Temos preferido a cômoda prática da acusação, mergulhando num lugar sempre – e sempre! – de vítimas, deixando de lado a preciosa oportunidade contida nisso tudo, perdendo-se a riqueza do tema em discussões estéreis, não-criativas, não-preenchedoras.

Confesso que isso tudo desafia a mim mesma, mas creio que somente enfrentando-nos – cada um a si mesmo – é que poderemos caminhar em direção ao amadurecimento emocional que uma relação amorosa adulta requer, pouco importando qual a escala de valores que cada um adota!

Então, se você está doendo por se sentir traído, ou culpando-se por se sentir traidor, tente sair dos conceitos limitantes e encare-se de frente! Assuma-se! Reconheça quem você é, ainda que, em princípio, não goste do que vê. É somente quando você sabe quem é que pode se tornar quem deseja ser. Isto é evolução.

Negar-se ou permanecer no desconhecido de si mesmo pode até fazer você parecer menos culpado e mais vítima. No entanto, faz você – de fato! – menos autêntico, menos intenso e bem menos amante do que realmente poderia ser.

Refém de conceitos limitantes e regras que só servem para rotular corações, você perde a chance de encarar a vida e realmente aprender a amar!

(Rosana Braga)

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