Finalmente criei um blog, mas infelizmente os textos que coloco não são da minha autoria, um dia, quem sabe, me atrevo a escrever alguma coisa.
Estou tentando, ao máximo, ser fiel aos escritores, mas nem sempre consigo, então na incerteza da autoria, estou colocando AD (Autor Desconhecido). Com relação às fotos, estou buscando no Google e não cito as fontes por não saber a quem pertence.
Caso você encontre aqui algum erro de autoria, alguma foto que não posso usar sem citar a fonte, favor comunicar.

Meus beijos e sejam bem vindos!
Virgínia Costa

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Engolido pela bruma

Cansei de pensar em você.
Fisicamente.
Sinto dores no peito como se tivesse corrido toda a noite atrás do caminhão de lixo na tentativa desesperada de tirar de lá algo de muito valor que, por engano, joguei fora. Mas quando cheguei perto de alcançá-lo, esqueci do que se tratava.

Cansei de me ver através dos seus olhos.
Cobradores.
Você nunca me acolheu. Mesmo nos meus momentos mais frágeis, em que lágrimas de impotência ou de genuíno arrependimento rolavam pelo meu rosto, você não me colocou em seu peito. Sua primeira e única reação era me passar sermão—como um pai ríspido. Tudo o que eu precisava era carinho. Implorava. Do meu jeito. O único que, até então, conhecia.

Cansei de me compadecer de mim mesma.
Nos últimos tempos, fui uma versão novelesca do que costumava ser. E odiava. Por mais que se engane que sim, você não aprendeu a me dar amor. Juntos, poderíamos ter sido muito, felizes. Mas, antes, chegamos a uma bifurcação. Em vez de enxergamos duas possibilidades (talvez promissoras) de caminho, amaldiçoamos termos perdido tempo em uma rota inútil.

Cansei de pensar que poderia ter sido diferente.
Se pudesse, teria sido. Se você quisesse, teria sido. Talvez eu não estivesse a altura do seu sonho. Talvez eu fosse pouco. Hoje sei que sou muito mais do que você jamais sonhou.

Cansei de esquadrinhar o por que você me substituira facilmente.
Não posso atrelar o meu valor aos seus ímpetos sexuais nem ao seu imenso desejo de construir uma família, compartilhar do mesmo universo, curtir um show (desejo que compartilho e compreendo). Não vou permitir cair nesse buraco sem fundo de me sentir invisível, preterível, por não ser mais olhada por você.

Cansei de estar só.
Mesmo já estando assim há tanto, sua ausência física trouxe a dura certeza do abandono a que me submeti. A dura certeza de quanto preciso aprender a me doar. A dura certeza de que morro de medo da solidão.

Cansei de pensar em tudo de bom.
Nossas viagens. As pousadas, as camas, brincadeiras.
Sua mania de assistir aos jogos de futebol nas tardes de domingo, vestir capuz e meias grossas, só para se sentir protegido.
Nossas risadas em mesas de bares.
Os filmes alugados.
Os jantares juntos.

A expectativa com a chegada do fim de semana.
Nossas bebidinhas e seus efeitos.
Seu beijo apressado, cheio de intenções.
Nossos momentos tão repletos de nós que, dia-a-dia, se desfaz. Desaparece. Inexiste. Como nós.

Cansei de amá-lo. 


(Ailin Aleixo)

2 comentários:

  1. OLÁ VIRGINIA,

    EXCELENTE SEU BLOG, PARABÉNS!!!

    NA OPORTUNIDADE CONVIDO PARA QUE VENHA CONHECER O BLOG ”HUMOR EM TEXTO”.

    CONHEÇA AS RAZÕES DE TANTA SUPERFICIALIDADE, NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, NA CRÔNICA DESTA SEMANA.

    É UMA CRÔNICA DE HUMOR, SOBRE OS RELACIONAMENTOS HUMANOS SEM PALAVRAS CHULAS OU PORNOGRAFIA.

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    UM ABRAÇÃO CARIOCA.

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  2. Oi Paulo
    Obrigada pela visita.
    Já estou lá, te seguindo, e prometo fazer comentários, se achar que devo...rsrs
    Beijos!

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